Conheci os filmes de Christopher Nolan através de Amnésia, o seu primeiro trabalho que ganhou relevância – e de fato, uma obra fantástica. No filme, um homem [Guy Pierce] que, após um acidente, não consegue manter sua memória em relação a acontecimentos recentes. Então, ele se torna uma espécie de bloco de notas humano, marcando tudo o que lhe acontece, na própria pele. Tal homem, busca vingança contra assassinos que mataram sua mulher. Ele recebe a ajuda de um policial [Joe Pantoliano] que parece ser corrupto e de uma mulher misteriosa [Carrie-Anne Moss] que sabe mais o que aparenta. Mas o mais fascinante do filme: ele foi montado ao contrário. Ou seja: o início é o final do filme; e o final é o início. O slogan ainda é \”vamos ver se você tem memória boa\”.
Seu segundo filme foi Insônia, com Al Pacino, Robin Willians e Hilary Swank.
Depois veio Batman Begins. Aí se tornou um diretor muito famoso.
Sua última contribuição com a sétima arte veio com A Origem [não entendi o porquê desse nome até agora, mas tudo bem], longa que rendeu mais de 800 milhões de dólares ao redor do mundo.
Estrelado por Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt e Ellen Page, A Origem conta a história de Don Cobb [DiCaprio] o melhor extrator de memórias do mundo. Ele invade a mente de suas vítimas enquanto elas estão dormindo e lhes arrancam informações valiosas. Até aí tudo bem. A coisa realmente se contorce, quando ele recebe uma proposta de ao invés de extrair, inserir [do título original The Inception] uma informação na mente de uma determinada pessoa.
Don Cobb decide aceitar por dois motivos: 1 – porque está sendo chantageado e 2 – porque quem lhe fez a proposta poderá limpar seu nome e ele reencontrará os filhos. Don Cobb tem um problema com a justiça americana e se ele ousar entrar nos EUA, passará o resto de sua vida atrás das grades.
Não contarei muito para não estragar as surpreas.
O fato é que o filme é muito rico em detalhes e em sua produção. Tem explosões a rodo e lutas, além de tiros também. Tudo se passa nas mentes das pessoas. Isso lhe soa familiar? Matrix, talvez?
É exatamente isso. A Origem é um Matrix para o século 21. Só que é um Matrix piorado, porque, primeiro Leonardo DiCaprio não consegue segurar o personagem de Don Cobb, e nem convence como herói de ação. E segundo, o filme é muito chato. É tudo vazio. Não há emoção, não há vida, alma. Esse detalhe a respeito da direção de Nolan, eu já havia percebido em Batman – O Cavaleiro das Trevas. O gráfico do filme é fantástico, mas é técnico demais, chato demais. Não tem alma.
E é isso. Pra um dos filmes mais falados do ano, A Origem deixa muito a desejar, principalmente com diálogos idiotas demais e às vezes os personagens contam o filme para você [sério].
Fica o desapontamento, porque depois de O Grande Truque, que eu achei o melhor filme do diretor em sua carreira, sempre espero algo de interessante. Mas infelizmente esse interessante não vem.
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