[ou o filme sobre a criação do fenômeno Facebook]
Assisti ao filme única e exclusivamente por saber que fora dirigido por David Fincher, diretor que nos proporcionou petardos como Se7en, Quarto do Pânico, Vidas em Jogo, O Curioso Caso de Benjamin Button, além do curioso Alien³, ao qual se deu sua estreia no mundo dos cinemas. E talvez a maior e mais genial de suas produções, o controverso Clube da Luta.
De longe, A Rede Social é seu filme mais comum. Com o recurso de trama fragmentada – passado/presente/passado – Fincher nos apresenta, com vigor ao personagem, Mark Zuckerberg [interpretado com maestria por Jesse Eisenberg] e as aspirações que o levaram a criar o maior site de relacionamentos do mundo, que hoje valem aproximadamente 33 bilhões de dólares.
Já na abertura, num formato estilo Quentin Tarantino em Cães de Aluguel, Mark e sua namorada, trocam frases de efeito, verborragia ininterrupta, levando-os a um clímax determinante para o desenrolar de toda a história.
Mark é um nerd, aluno em Harvard, que não se importa com ninguém, exceto consigo mesmo e, apesar de suas palavras serem, na maior parte do tempo, verdadeiras e sinceras, o peso delas causa sempre estragos. Às vezes, irreversíveis.
Eduardo e Mark
Entre alguns de seus \”amigos\” está o brasileiro Eduardo Saverin [o novo Homem-Aranha, Andrew Garfield, que mostra ter estrela, já que antes havia trabalhado com Terry Gillian no derradeiro filme de Heath Ledger, O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, e agora, com Fincher, ele deve ter aprendido muito], também inteligentíssimo, e co-criador do site.
Eduardo na verdade é o fiel escudeiro de Mark, pois está sempre empenhado em ver a criação do amigo crescer. Ele sempre sugere a busca por patrocinadores – mas Mark só tem interesse na \”arte\” do negócio, fato que muda quando eles conhecem Sean Parker [Justin Timberlake], o criador do Napster, o cara responsável por você ouvir música de graça, hoje, na net. E é Sean quem dá a maior contribuição ao site. Antes, Mark e Eduardo o chamavam de \”The\” Facebook. Sean sugeriu tirar o \”The\” e manter apenas Facebook. Dito e feito.
Mark e Sean Parker
Com o tempo, o site começou a chamar atenção dos alunos da instituição e logo virou febre.
Porém, nem tudo são flores. O que na verdade parecia uma história de sucesso, pura e simplesmente, tem seus revés. Antes de criar o The Facebook, Mark havia sido convidado por dois irmãos a desenvolver um site de relacionamento entre os alunos de Harvard. Ele aceita a proposta, mas apenas empurra tudo com a barriga.
Quando The Facebook vai ao ar, os irmãos têm a certeza de que Mark lhes roubou a idéia de ouro.
Ao final, tudo é resolvido no tribunal.
O grande achado que eu vejo no filme, é o formato \”jovem\” que Fincher emprega, um estilo moderno e elegante, que pode deixar quem nunca botou as mãos num teclado de computador, boiando em certos momentos. Mas é o preço que ele arriscou a pagar, porque o filme é feito para os 500 milhões de associados do site. E todos irão se deliciar com cada minuto do longa.
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