De forma disrupta, o universo estendido DC nasceu em O Homem de Aço - aqui, David S. Goyer conta exatamente como foi.
Os produtores, empolgados com as bilheterias da trilogia Batman, do Nolan, e percebendo o crescimento organizado da concorrência, tratou de investir num Universo Compartilhado.
Goyer, o roteirista, gostaria de realizar um Homem de Aço 2, para estabelecimento do personagem Superman, antes de inserirem outros personagens, como um novo Batman, a estreia da Mulher-Maravilha, Flash e o que mais viesse.
No entanto, a pressa em ter um universo tal qual a Marvel tinha, fez com que atropelamentos acontecessem. E assim, surge Batman V Superman - A Origem da Justiça, estrelada pela dupla mais famosa da editora, com a Mulher-Maravilha a tira-colo.
Gal Gadot, como a princesa Diana de Themiscira se mostrou uma escolha acertada; já Jesse Eisenberg como o arquiinimigo de Super, Lex Luthor, deu erro!
Não podemos, claro, culpar apenas Eisenberg pelo fracasso do filme, mas todo o enredo, motivação pífia e cenas ridículas de ação para chegarmos a alguma conclusão.
Zack Snyder, o grande engenheiro dessa obra sempre disse que gostaria de levar aos cinemas a saga da morte do Super, um evento ocorrido nos anos 1990, uma tentativa caça-níqueis de resgatar a relevância do personagem, cuja importância vinha caindo drasticamente em grande parte porque o público se interessava muito mais por personagens violentos, como Lobo, Wolverine, Justiceiro e Exterminador. Além do Cable.
Claro que depois descobrimos que aquilo tudo era uma obra pronta e Snyder queria apenas surfar na onda.
Falando sobre Liga da Justiça, tudo deu errado desde o início e, a saída de forma trágica de Snyder - por motivos que extrapolam qualquer situação - até a chegada de Joss Whedom, que tentaria salvar um projeto insalvável enterrando inclusive a própria carreira mostra a exatidão de todo esse equívoco.
O primeiro filme da Mulher-Maravilha foi muito festejado; dirigido por Patty Jenkins, diretora disputada e de grande prestígio. Enquanto sua sequência se mostrou um equívoco em todos os sentidos, porém talvez a trama seja o maior deles.
Haveria um filme do Flash, com participação especial do Ciborgue, de Ray Ficher - porém quando o ator acusa Whedom de comportamento inadequado em Liga, de 2017, isso meio que afunda suas pretensões.
Então, veio Aquaman, com Jason Momoa e direção de James Waan e bilheteria rompendo a casa do bilhão. Momoa torna-se astro e uma sequência começa a ser avistada no horizonte.
Correram por fora Esquadrão Suicida, de David Ayer, cujos pontos altos foram a revelação de Arlequina - e sua estrela, Margot Robbie, e o Coringa defenestrado de Jared Leto; também tivemos a bem-vinda adaptação de Capitão Marvel e seu SHAZAM!, cuja sequência é sofrível. Um Adão Negro que poderia ter sido o resgatador do universo em decomposição, caso o ego de sua estrela fosse menor. Sobrou farpas até para Zachary Levi, estrela de Shazam!, filme que Dwayne Johnson, como Adão Negro queria distância, mas se lembrou dele na hora da crítica.
Com relativo atraso, Flash chega com a pretensão de ser o Doutor Estranho no Multiverso da Loucura da DC, com seu Flashpoint a toda a velocidade. No final das contas, foi apenas mais um filme confuso, cujo final é tão destrambelhado quanto esse universo todo.
Aquaman 2 que poderia resgatar uma boa parte da dignidade desse universo acabou sendo o último prego no caixão, com refilmagens e uma saga que poderia ser, não foi e acabou fondo.
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