É impossível apontar os filmes de super-herois como os maiores derrotados nas bilheterias dos últimos anos.
Missão Impossível 7, Velozes 10, todos do Dwayne Johnson e praticamente tudo o que a Disney tocou, amargaram prejuízo.
Nesse sentido, não dá para dizer que o problema são as fórmulas batidas ou esgotamento de ideias, mas uma variação de fatores que apontam um outro caminho.
Homem-Formiga 3 rendeu quase meio bilhão de dólares totalmente calcado na presença de Kang, que seria - já que não será mais, uma vez que seu intérprete, Jonathan Majors, foi até desligado da Disney após ser condenado por violência doméstica - o arquivilão da atual fase da Marvel.
O problema: o filme é horroroso!
Guardiões da Galáxia 3 não fica muito atrás, apostando no melodrama - tanto Rocket quanto Quill estão na mesma vibe, parecendo personagens de novela mexicana. Porém, como foi a despedida de James Gunn - que já até assumiu o DCEU 2.0, a conclusão de uma trama, o público até compareceu.
Já As Marvels estão sofrendo bastante!
Nesse aspecto, vejo a escolha da trama do filme um tanto quanto equivocada. Seria um filme para as mulheres, mas elas provaram que queriam algo no estilo Barbie - as bilheterias mostram isso! Faltou sensibilidade a Kevin Feige.
Indiana Jones e Star Wars tentaram ir no caminho da passagem de bastão, algo que é sempre bastante difícil, principalmente se acontecer de forma artificial. Creed por exemplo, é um spin-off de Rocky e se dá muito bem, justamente porque mostra, não Rocky Balboa, mas Adonis Creed como o protagonista, deixando o Garanhão Italiano como o suporte à trama.
Já as duas tentativas da Disney vão mais no caminho de enganar o público: "Ah, assista à mais nova aventura de Indy." Quando você senta na poltrona do cinema, percebe que o Indy nem é mais dono da própria história.
E Star Wars tenta refazer toda a trama [o que mais esperar de J. J. Abrams, certo?] só que agora com uma Mary Sue no comando.
Tá, mas e o resto?
Bem, ninguém suporta mais Missão Impossível, certo? Quem, em sã consciência ainda espera que um sexagenário [estou me referindo a Tom Cruise aqui, tudo bem?] seja o maior espião do mundo? A humanidade parou de se reproduzir nos últimos vinte anos?
E Velozes e Furiosos está tentando arrancar até as calças de seus últimos fãs.
Ambos foram atropelados - com o perdão do trocadilho - pelo criador da bomba atômica, Oppenheimer, batendo na casa do bilhão, graças à grife, Christopher Nolan.
Já Zack Snyder está ainda tentando compreender o que aconteceu com seu fandom, uma vez que Rebel Moon parte 1 bateu fundo, quase derrubando televisores que mostravam a nova tentativa da Netflix de transformar seu parça em alguma coisa. O problema é que Rebel Moon é tão ruim quanto Homem-Formiga 3 e aí não tem jeito.
Dizem que haverá um novo corte. Com mais tempo e aí as pessoas compreenderão tudo. Dizem que a parte 2 será melhor. Dizem.
Assim como disseram que Homem de Aço era bom. Que o final de Watchmen - o filme, era mais elegante. Que o Snydercut era show de bola. Talvez na próxima, Zack.
Legal que agora, o visionário diz que os filmes de super-herois entrara num beco sem saída. Mas, se os direitos dos personagens chegarem nas mãos da Netflix, ele poderia dar continuidade.
Mesma tentativa de mudar o foco com desculpas foram vistas com o mediano Adão Negro apoiando-se totalmente numa cena pós-crédito em que aparece Henry Cavill, vestido novamente - e pela última vez - como Superman. Kevin Feige, tão desesperado quanto, fez o mesmo com As Marvels e tratou de botar um Fera, de X-Men 3, para levar o público aos cinemas.
Porém, será que o problema não é a falta de qualidade dos roteiros, do elenco, produção e direção?
Será que a substituição de Kevin Feige e Kathleen Kennedy nas presidências da Marvel Studios e Lucasfilms, respectivamente, não resolveria muita coisa?
Será que não seria interessante incentivar Tom Cruise e Vin Diesel a investirem noutros tipos de projetos? Cruise até já está fazendo isso, uma vez que está trocando a Paramount, casa onde estava desde os anos 1990, pela Warner. Pode até ser que agora No Limite do Amanhã 2 saia do papel.
Já Diesel, o tanque está um pouco mais vazio. Velozes é sua galinha dos ovos de ouro. É onde tudo deu certo em sua carreira. Tudo o que ele tentou de diferente bateu, mas não pegou.
A FAMIGERADA AGENDA WOKE
Se você não viveu em Rebel Moon nos últimos anos, sabe que houve um movimento de passagem de bastão, trocando personagens masculinos e consagrados por substitutos de gênero diferente.
Vimos Teela assumir um protagonismo inexistente em Mestres do Universo, deixando o dono do espetáculo, He-Man, ou no banco de reservas, ou em casa mesmo; vimos Neo passivo e deprimido - talvez impotente? - aguardando a ajuda de Trinity, agora sendo a co-escolhida junto com ele, em Matrix 4.
Até mesmo o Destino Sombrio do último Exterminador do Futuro trouxe salvadores e escolhidos com gêneros diferentes.
E isso está depredando o entretenimento?
Até está, principalmente quando esvazia personagens em detrimento a Mary Sues empoderadas!
Porém, isso vai passar!
Das duas uma: ou Hollywood extermina com todas as franquias, nessa fórmula ridícula e já desgastada, ou começa a pensar adiante e muda a estratégia!
Mulher-Maravilha, personagem feminina com quase 1 século de história; interpretada por uma estrela em ascensão, carismática e bonita, chamada Gal Gadot; escrita e dirigida por uma dirretora brilhante, Patty Jenkins; não conseguiram segurar uma franquia. E ninguém pode culpar o público, quando há um enredo equivocado e efeitos pífios. Isso deveria ser levado em conta.
Filme da Batmoça, que vinha sendo desenvolvido há séculos, inclusive com Joss Whedom pré-Vingadores envolvido; o filme foi feito, mas não lançado. O motivo? A qualidade - ou falta dela - do longa.
She-Hulk, a série da prima do Hulk, com um CGI horroroso, que tentava ser engraçada, apontando para o público feminino. Porém, desde o primeiro trailer, prometia a participação de ninguém menos que o Demolidor, da Netflix. Foi um sucesso? Não sabemos. Haverá uma segunda temporada? Quem sabe? Mas o mais importante seria compreender se o público-alvo aprovou.
E, por fim, Eco, a nova investida da Marvel, num amálgama entre as séries do Demolidor, da Netflix, e Gavião Arqueiro, da Disney+. Aproveitando de todo o sucesso dos personagens das três temporadas da série do Homem Sem Medo, na Netflix - principalmente o protagonista interpretado por Charlie Cox, e seu nêmesis, o Rei do Crime, interpretado por Vincent D'Onofrio - Eco tenta ser um spin-off disso tudo. Poderia ser bom? Com certeza!
Eco tem uma vibe de Banshee, uma vez que os produtores decidiram que a personagem teria raízes nativo-americanas. E a atriz Alaqua Cox tem o jeitão truculento que poderia transformá-la numa estrela de ação. O problema: apenas as cenas de luta funcionam.
A trama é pífia, com antagonistas que parecem ter saído de uma novela do SBT e a personagem em nada lembra a Eco dos quadrinhos, criada para ser uma contraparte do Demolidor, nas HQs do mesmo.
Eco, se não me engano, torna-se inclusive amante do Homem Sem Medo, uma vez que ele havia perdido o amor de sua vida, Karen Page.
Depois a personagem é até estragada por Brian Bendis quando ele a transforma na Ronin [???] e a partir daí não sei mais o que acontece.
De qualquer maneira, Eco, a série tenta apresentar uma personagem totalmente nova. Ecoando uma espécie de conexão entre mulheres da mesma árvore genealógica, se é que eu posso dizer assim. E é um ideia até interessante; o problema é que todos são idiotas na série, menos Eco, sua avó e sua prima.
E aí, Vincent D'Onofrio rouba a cena. Porque, como Wilson Fisk, o Rei do Crime, não tem para ninguém.
E as entradas de D'Onofrio e Charlie Cox no MCU oficial é um tapa na cara de Kevin Feige, pois quem cuidava das séries da Marvel na Netflix era Jeph Loeb - e, dizem, havia uma animosidade entre ambos.
Nesse sentido, começa a dar medo da vindoura série do Demolidor. A Disney poderá estragar tudo o que foi mostrado nas três temporadas que foram excelentes? Sim, ela pode.
Coloque suas barbas de molho.
Comments