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Foto do escritorVagner Francisco

BOB LAYTON | FIQUEI PASMO QUANDO ROBERT DOWNEY JR DEMONSTROU PREOCUPAÇÃO COM A POSSIBILIDADE DE EU NÃO TER APROVADO SEU DESEMPENHO COMO TONY STARK



Stark, Layton e Happy

Talvez você não saiba, mas o grande responsável pela, talvez, mais famosa saga do Homem de Ferro, que inclusive serviu de base para o filme, Homem de Ferro 2, "O Demônio na Garrafa", tem nome e sobrenome: Bob Layton. Ao menos, metade dos créditos são dele; a outra metade pertence a David Michelinie, parceiro quadrinhístico de Layton por 40 anos e primeiro nome que vem à mente quando se trata do "cabeça de lata".


Layton surgiu nos quadrinhos como arte-finalista, depois roteirista e, por fim, mostrou ao mundo seu talento como artista. Inclusive, é dele a arte de parte da primeira grande e histórica saga da Marvel, Guerras Secretas.

O artista original, Mike Zeck, devido ao excesso de trabalho se exauriu e precisou urgentemente de um substituto. Lá foi Layton substituí-lo por algumas edições.


Essa Guerras Secretas é, obviamente, aquela dos anos 1980, escrita por Jim Shooter, e não o reboot de 2015, que será base para o vindouro filme dos Vingadores.


Layton e Michelinie foram oferecer seus serviços à Marvel e entre outras revistas, havia a do Homem de Ferro, com certa disponibilidade. Na época, a revista vendia o mínimo, flertando com o cancelamento.

Eles então puderam fazer uma verdadeira revolução no personagem, implementando novos coadjuvantes que pavimentaram o personagem como é hoje.

Jim Rhodes e Justin Hammer, dois personagens vistos na trilogia Homem de Ferro foram criados por Layton e Michelinie. Foi de Layton a ideia de Tony Stark criar diversas armaduras, uma para cada ambiente.


Além desses, foram criadas Srta. Arbogast, a secretária ranzinza de Stark e, na opinião desse que vos escreve, o melhor interesse amoroso da história do personagem: Betty Cabe.


Betty, ou Bethany Cabe era basicamente uma agente secreta a serviço de Stark, um James Bond feminino, pronta para qualquer parada. Betty tinha seus próprios problemas, como um marido dado como morto de formas não muito bem explicadas.


É com Betty que Tony tem um dos melhores diálogos de sua história, quando ele consegue dar a volta por cima em relação ao alcoolismo. Após um dia de expediente, sóbrio, pela primeira vez em anos, Betty pergunta como Tony se sentia:

"Cansado---" ele diz "---mas um cansaço gostoso." De quem aproveitou bem o dia.


Bob Layton teve a oportunidade de conversar com o intérprete de Tony Stark, Robert Downey Jr, uma vez que ele, agora trabalha como Produtor e Roteirista em Hollywood, e ficou bastante consternado quando soube do amor que o astro tem pelo personagem.


Layton, porém, não teve importância apenas na história do Homem de Ferro - embora tenha ido e voltado ao personagem por, pelo menos três vezes - ele também refez o caminho de volta à vida de ninguém menos que Jean Grey.


Ele e o artista, Jackson Guice, tiveram a ideia de resgatar os X-Men originais - que, naquele momento, estavam no limbo, uma vez que a, então equipe de Anjo, Homem de Gelo e Fera, os Novos Defensores, havia se debandado, possivelmente pelas baixíssimas vendas; e Ciclope, se desligado dos X-Men após ter se casado com Madellyne Pryor e ter tido o filho, Nathan, mais tarde conhecido como Cable.

Layton disse que via os X-Men originais como os verdadeiros X-Men e queria trazê-los de volta, com a exceção de Jean Grey, a então Fênix, morta na--- Saga da Fênix.

A ideia seria substitui-la por outra mutante dando sopa no mercado, a cantora Cristal.


Quando a Marvel começou a levar a sério a ideia dessa reunião, outros personagens começaram a se mover em direção ao processo: Roger Stern, então roteirista de Vingadores, e John Byrne, à frente do Quarteto Fantástico, trataram de dar um jeito de ajudar na ressurreição de Jean.

É fato que, Byrne, desenhista da fatídica história da Fênix sempre foi contra a sua morte; então, trazê-la de volta seria um prêmio. E assim foi feito.


Layton, Guice e o arte-finalista, Joseph Rubinstein, além do editor Mike Carlin receberam o sinal verde da editora para resgatar os X-Men originais, agora sob o nome X-Factor.

A equipe criativa criou a proposta de que X-Factor seria um grupo de "caçadores de mutantes", embora por trás disso, o que eles fariam mesmo seria resgatá-os contra o ódio da humanidade.


Layton escreveu apenas as cinco primeiras edições, Carlin foi demitido da série já em sua estreia, e o primeiro número foi reescrito diversas vezes.

Mesmo assim, eles conseguiram mudar o rumo da vida do Fera, concederam um protagonismo ao Anjo e ainda mostraram um Ciclope bastante introspectivo e egoísta, quando simplesmente abandona a mulher e o filho pequeno quando descobre que o amor de sua vida está--- vivo.

Há ainda tempo para introduzir o arquivilão Apocalipse.


Louise Simonson substitui Layton nos roteiros de X-Factor, aproximando a equipe dos outros personagens X do universo pavimentado por Chris Claremont.


Quando perguntado se houve alguma ingerência de Claremont, ou Louise no título, Layton diz que não e apenas saiu porque não havia mais diversão ali.

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