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CAFETÃES NÃO COMETEM SUICÍDIO!

Foto do escritor: Vagner FranciscoVagner Francisco






Fazia tempo que eu não assistia a tantos filmes num ritmo tão bom. Citarei aqui alguns de meus favoritos. Um filme-família, uma ficção e um exemplar legítimo de David Cronenberg. Vamos nessa:

SENHORES DO CRIME

Originalmente, essa obra se chama “Promessas do Leste”, já que a trama se concentra no fato do promissor “mercado negro da prostituição e escravidão sexual vindo do leste europeu”. Naomi Watts interpreta uma parteira que se vê no meio de uma conspiração, quando faz um parto onde a mãe morre. Como a jovem mãe não fora identificada, a parteira acaba por ficar com seu diário para tentar encontrar sua família. Porém, o que ela consegue arrumar mesmo é encrenca da grossa.

Viggo Mortensen entra na parada como motorista de um proprietário de restaurante – que parece saber mais do que realmente entrega – e seu filho, um rapaz “difícil”.

Nem é preciso dizer que o destino trata de botar Mortensen e Watts lado a lado, numa trama simplesmente simples e genial.

Mortensen fora indicado ao Oscar de melhor ator por sua interpretação (que na verdade nem é tão espetacular assim, mas eu suspeito que os caras do Oscar foram obrigados a indicá-lo pela sua tamanha coragem em rodar uma cena em que briga, totalmente pelado, numa sauna)de motorista/capanga/legista/sádico.

Filmaço de marca maior de um dos grandes gênios do cinema mundial.

Cá entre nós, eu gostaria de ver Cronenberg dirigindo Watchmen, o filme. Com toda absoluta certeza, o papel do Comediante seria de Virgo Mortensen. E mais: ele não teria pudor, nem medo, nem culpa de mostrar a essência do fetiche pelo uniforme colante, que Alan Moore impregnou em sua obra-prima. E deixaria o Comediante usar a máscara de couro que cobre todo o seu rosto, que mais lembra um alvo sado-masoquista que um ‘super-herói’.

Senhores do Crime ainda conta com Armin-Mueller Stahl e Vincent Cassell no elenco. Nota 10!

SOUTHLAND TALES – O FIM DO MUNDO

Ficção da melhor qualidade! Muita gente malhou esse filme do promissor diretor/roteirista, Richard Kelly, alçado ao status de astro após seu longa de estréia, Donnie Darko. Southland Tales conta a história de um astro de filmes de ação (Dwayne Johnson, mais conhecido como The Rock), envolvido com o partido republicano norte-americano e marido da filha de um senador em busca de reeleição, que é encontrado numa praia em Los Angeles, sem memória. Com a ajuda de uma atriz pornô (Sarah Michelle Gellar, de Buffy, e com um rosto lindíssimo – o resto nem tanto), que quer se tornar musa pop (ela já gravou um cd, tem jóias, grifes e bebidas energéticas com seu nome), ele escreve um roteiro sobre um futuro pós-apocalíptico, que pretende dirigir e estrelar. Para fazer seu laboratório de personagem, ele pede ajuda a um policial (Sean Willian Scott, o Stifler, de American Pie) para que o deixe acompanhá-lo em suas rondas, já que seu protagonista na história é um homem da lei.

É aí que começa a conspiração que envolve fisica quântica, maluquice, a velha paranóia americana e muita, mas muita crítica ao governo Bush – claro, sobra até para o Schwarzenegger. Mas a diferença de Southland Tales é que essa crítica é feita de forma original, não é um filme bobo como O Reino, é estiloso. Tem suas manhas, mexe com o “pudor” americano, quando fala em pornografia, nos personagens pedantes que aparecem em cena. E o mais espetacular: o final é sensacional!

Como diz Boxer Santaros, o personagem de Dwayne Johnson, com uma piscadela, a certa altura do filme: “Eu sou um cafetão. Cafetães não cometem suicídio!”

Cá entre nós, quando surgiu com O Escorpião Rei e Bem-Vindo à Selva, Dwayne Johnson, era apontado como o sucessor de Schwarzenegger como rei dos filmes de ação. Depois desses dois longas, ele fez o interessante Com As Próprias Mãos, baseado numa história real, e se envolveu com várias produções

promissoras: Doom, baseado no game famoso (que o próprio confessou jogar sempre); Spy-Hunter, também um game de sucesso, e as versões em carne-e-osso dos desenhos He-Man e Johnny Bravo, além deste Southland Tales. Detalhe: He-Man e Spy-Hunter seriam dirigidos por ninguém menos que John Woo!!! Como não aceitar? Aí, veio a dura realidade. Spy-Hunter, He-Man e Johnny Bravo foram para a geladeira (o primeiro, parece que engrenou com a chegada de Paul W. S. Anderson, de Mortal Kombat e Resident Evil, na direção; o segundo está ganhando tratamento no roteiro, mas parece que vai sair, porém sem John Woo; e o terceiro continua numa indecisão devido a censura americana. Os produtores não conseguem decidir se fazem o personagem fiel ao desenho ou tentam “amaciá-lo”). Doom foi um fracasso. E este Southland Tales, acusado de não ter pé nem cabeça. A salvação que Johnson viu para sua carreira foi entrar de cabeça em comédias da Disney e em participações especiais, como em Agente 86. Porém, talvez quando o filme do Capitão Marvel, da DC, vir à luz, pode ser que o astro volte a ser apontado como o novo rei da ação. Mas, tá difícil.

ENSINANDO A VIVER

Filmaço de John Cusack! É a história de um escritor de aventuras famoso, que perdeu recentemente a esposa, que sempre teve vontade de adotar uma criança. Acabou por ele ser escolhido a adotar um menino que acredita ter vindo de Marte.

Os dois vão morar no mesmo teto e aí começam as descobertas. O menino, mostra ser mais inteligente do que se poderia supor. O novo pai, por sua vez, demonstra ser um pai moderno, que mais parece um irmão mais velho, que tem todas as respostas.

Mas o mais interessante é que com o desenrolar da trama, você fica pensando no que acontecerá no final: será um final estilo tribunal, onde ele consegue a guarda definitiva do menino e aí o filme acaba? Ou ele percebe que não nasceu para ser pai e o menino encontra um novo lar? Ou pior: o menino é realmente de Marte e acaba voltando para seu planeta natal, deixando o pai adotivo desconsolado? E mais uma informação: o pai é um escritor famoso, que escreve livros de aventuras, passados em Marte(!!).

Cá entre nós, sou fã de longa data de Cusack, e confesso que ele estava devendo um filme a altura de seu talento. Um cara que protagonizou excelentes obras como Os Imorais, Tiros na Broadway, A Garota do Sinal-Verde, Digam O Que Quiserem, Justiça de Um Bravo, e mais recentemente, Matador em Conflito – seu melhor filme, disparado, e Identidade.

John Cusack já teve seu nome relacionado a adaptações de quadrinhos. Primeiro, rumores diziam que ele poderia vir a ser o sargento Jim Gordon, num eventual filme do Batman (papel que acabou nas mãos de Gary Oldman) e também, quando estava à frente de Watchmen, Paul Greengrass (de Supremacia e Ultimato Bourne), o imaginava como o Coruja. Cusack chegou a declarar que gostaria mesmo de encarnar o personagem. Zack Snyder acabou por escalar o semi-desconhecido Patrick Wilson para o papel, optando por gastar menos com elenco e mais com efeitos. Mas isso só aconteceu porque Tom Cruise, o cara que ele sonhava para encarnar Ozymandyas, recusou o papel. Ahhh, Cusack não tá perdendo nada!

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