O grande momento da carreira de Dwayne Johnson - aquele que, vinte anos atrás, era visto como o provável substituto de Arnold Schwarzenegger como o astro de ação do século 21; inclusive Arnold fez uma ponta em Bem-Vindo à Selva, o melhor filme de Dwayne e uma forma de passagem de bastão - foi, sem sombra de dúvida, Adão Negro.
No documentário sobre a vida de Schwarzenegger, seu rival na época, Sylvester Stallone diz que seus personagens sempre apanharam muito para depois se sobressaírem, uma espécie de redenção – estilo copiado por Jean-Claude Van Damme. Já Arnold, não. Quando entrava em cena, ele passava a imagem de um homem indestrutível. Quem não se lembra da cena de entrada de Inferno Vermelho quando um soviético bota uma pedra incandescente na mão do Arnie e ele simplesmente dá uma muqueta na traficante/cafetão, jogando-o janela afora e começando um quebra-quebra sem fim.
Dwayne Johnson tenta essa faceta justamente em Bem-Vindo à Selva e se dá muito bem.
O problema é que depois ele quer passar uma imagem de “cara legal”, vulnerável, boa-praça e que tem sentimentos. Não tem como ser casca-grossa e um cara legal ao mesmo tempo, Dwayne.
Basta acompanhar os filmes de Charlie Bronson, Nick Nolte – os de ação, Stallone, Dolph Lundgren, Jason Sthatam e por aí afora---
Para piorar, Dwayne não tem talento de sobra, ou charme que poderiam camuflar os vícios de seus personagens. Apenas aquela cara meio torta, à qual ele considera sua marca registrada.
Então, não deveria ser surpresa quando chegamos até aqui: Adão Negro fechou em prejuízo! Sim, com um custo de 175 milhões de dólares + 100 milhões em marketing, o filme não conseguiu bater a casa dos 400 milhões. Ou seja, não se pagou.
Tecnicamente, se batesse na casa dos 600 milhões, Adão Negro poderia ter-se pago e, de repente, abrir uma oportunidade para uma sequência e melhorar seus números. Mas não deu.
Para piorar, botaram o hype todo numa possível volta de Henry Cavill como Superman, numa cena pós-crédito.
No final das contas, tudo ficou na cena mesmo e Dwayne perdeu a queda de braço para outras pessoas.
Antes disso, Dwayne já havia cometido Alerta Vermelho – e curiosamente, o filme foi para os cinemas e amargou um baita prejuízo não atingindo sequer 1 milhão de dólares de bilheteria nos primeiros dias de exibição. É bem verdade que, ao chegar na Netflix, a história mudou e o filme se tornou o maior recorde de views da plataforma, com 328 milhões no mundo todo.
E Jungle Cruise, cujo orçamento foi 200 milhões de dólares e as bilheterias bateram em 220? Depois o filme para a Disney+, mas o resultado não foi o esperado---
Bem, Dwayne está percebendo que as coisas não andam muito bem para o seu lado. Então, o que ele faz?
Volta para a zona de conforto.
Que se chama?
Velozes e Furiosos!
Dwayne brigou com Vin Diesel e disse que não voltaria mais para a franquia; porém, em carreira-solo a coisa não se deu tão bem como poderia, obrigando o ator a rever seus conceitos e abraçar o ex-ex-amigo.
Assim, após a ponta em Velozes 10, Dwayne correu para dizer ao mundo que seu personagem, Luke Hobbs, ganhará um novo filme. E, como ninguém gosta de se constranger sozinho, então ele levará consigo os parças de sempre: Ryan Reynolds e Kevin Hart.
Aí, eu me pergunto: pra quê?
Já listei aqui 5 projetos muito mais interessantes para Dwayne Johnson brincar, mas--- o camarada prefere o caminho mais fácil.
fontes: Cinepop, CNN, LegadoDC
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