Ontem eu assisti ao filme Sem Escalas, de 2014, com Liam Neeson e fiz um vídeo para falar a respeito.
Enquanto pesquisava sobre o filme, encontrei uma reportagem bastante curiosa, que acredito, reserva um debate.
Se você assistiu a Busca Implacável, estrelado pelo mesmo Neeson, sabe que foi ele quem criou o gênero – velho, ex-alguma coisa que precisa voltar a ação por causa de alguém. Você viu isso em John Wick, você viu em 3 Dias Para Matar, você viu em diversos outros filmes de Mel Gibson a Sean Penn, passando inclusive por Ethan Hawke.
Então, a reportagem pergunta porquê não pode haver um filme similar, mas estrelado por uma mulher.
E que geralmente filmes “patriarcais” mostram o homem-macho-alfa vingando alguém, desde a esposa até a filha, mãe, e o cachorro.
E quando aparece um filme estrelado por uma mulher, geralmente é uma vingança pessoal; ou seja, a própria protagonista foi atingida e busca se vingar.
Claro que a matéria atesta exceções, como Kill Bill, mas é uma ou outra. De resto, não vemos mulheres de meia idade quebrando braços e salvando o mundo.
Parei para pensar a respeito e cheguei à conclusão de que, se um estúdio oferecesse a uma produtora um longa com um gordo orçamento, para que ela contratasse uma diretora e uma protagonista, todas mulheres, dificilmente elas chegariam ao consenso de se fazer um filme de ação.
E não porque elas não podem, mas porque não é esse o interesse delas.
Veja o caso de Chole Zhao, diretora do vindouro Eternos – embora não seja um filme de ação, é de super-herois – ela topou dirigir, mas manteve-se fiel às suas raízes e idéias. Ela quis fazer um filme intimista e assim o foi.
Mimi Leder, veterana na direção, já comandou alguns blockbusters como Impacto Profundo e O Pacificador – aliás, este último foi o primeiro grande filme estrelado por George Clooney, que vinha do sucesso de Plantão Médico/ER, na TV. Como primeiro veículo para outra mídia, ele escolheu Mimi porque eles já se conheciam da série.
E seu último longa, Suprema, de 2018, conta a história da primeira mulher estadunidense a entrar para o STF de lá.
Olha a Patty Jenkins: ganhou notoriedade quando deixou Charlize Theron feia para ganhar o Oscar como a assassina Aileen em Monster – Desejo Assassino. Depois, quase dirigiu Thor 2 – fato já divulgado nesse blog – e engatou uma quase trilogia da Mulher-Maravilha.
O próximo passo? Uma biografia da Cleópatra que, durante anos está no radar de Angelina Jolie; que perdeu a corrida para Gal Gadot.
E depois? Um longa no universo Star Wars.
Ou seja, ela precisa de um filme com Halle Berry, no alto de seus 55 anos e que precisa ir até ao Afeganistão para livrar o marido do Talibã? Não precisa, mas se quiser, pode. E, te garanto, seria um filmaço.
Tão filmaço quanto o Caçadores de Emoção, de 1991, com Kathrin Bigelow na direção. Sim! Há trinta anos!
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