Nos anos 1990, eu criei uma saga, ao lado do artista, Anderson Cossa, chamada Frank & Walter. Dessa saga, surgiram várias outras ideias que poderiam ou não ser utilizadas de outras formas.
Porém, por um bom par de anos, nós não saíamos disso: Frank & Walter, Frank & Walter, Frank & Walter---
Depois vieram outros, mas essa dupla monopolizava as nossas ideias.
Dez anos depois, começou um boom de mangás nas bancas brasileiras.
Alguns deles eu li, outros acompanhei - e confesso que nunca assisti a muitos animes; talvez tenha visto episódios de Pistola Zillion e Robotech e, com certeza, assisti ao longa Akira, no cinema!
Decidi criar uma nova saga, buscando algo de mangá, com ideias diferentes das quais eu havia tido até então.
Daí surgiu Os Riders - sim, emulando os Goonies, e adicionando coisas como Tartarugas Ninjas na mistura.
A ideia era criar uma saga adolescente em que três jovens irresponsáveis e irrequietos liberam um grande mal na Terra.
Então, caberia aos mesmos limpar a própria sujeira.
A ideia me martelou por um bom tempo e acredito que Cossa não tenha sequer desenhado uma página disso.
Continuei inserindo ingredientes, como um protagonista a la Blade, por exemplo. Um antagonista que poderia ser o Lestat, de Entrevista com o Vampiro e outros personagens que morreriam no processo.
Então, lá na frente, mudei tudo: e se o protagonista a la Blade resolvesse seguir seu caminho partindo para cima de criaturas desmortas até chegar ao grande responsável por aquilo tudo?
As coisas começaram a funcionar de uma forma melhor.
A missão que se seguiu foi encontrar um desenhista que pudesse entregar o universo pessimista e cinzento de Desmortos. E Evaristo Ramos foi a materialização disso.
Evaristo não apenas desenhou Desmortos, como deu muitas ideias; tentou, em vão, alterar certas situações chave; e a cada página exercia uma influência maior sobre a trama.
De qualquer maneira, nós conseguimos cumprir nossa missão que era a de entregar um mangá de qualidade e com personagens bastante críveis.
VOLTAREMOS A VER GNÁS?
Essa é uma pergunta que eu mesmo me faço quando revisito um personagem e a resposta é sempre a mesma: não sei.
Hoje, eu não tenho nada, mas quem garante que eu não possa voltar a uma saga desse personagem?
De qualquer maneira, aproveite a viagem e ótima leitura - basta clicar nas capas para abrir os respectivos pdfs.
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