A trilogia Matrix – a primeira parte, principalmente – fez muito bem, mas também muito mal à cultura pop mundial. Tudo bem, o filme de 1999, que revolucionou a forma de se fazer cinema, com religião, filosofia e ação ditando as regras, fora copiado descaradamente em todos os seguimentos no início dos anos 2000, seja em clipes de músicas (Backstreet Boys, Vitória Backham, Bon Jovi, entre outros), seja no próprio cinema (13º Andar, Equilibrium). Mas nos quadrinhos a coisa ficou bem pior. Parecia que tudo tinha que ter a ‘receita’ Matrix de sucesso.
A Marvel por exemplo, quando quis refazer a origem de Stephen Strange, + conhecido como Dr. Estranho, recorreu à fórmula do ‘escolhido’ para criar um certo interesse por parte dos leitores. Como uma Cleo chupando o visual de Trinity e um Stephen Strange relutante, bem como Neo, só que com menos caráter, J. M. Straczinski, seguiu perfeitamente sua fórmula.
Agora, novamente a Marvel recorre à fórmula com Eternos. Nessa edição de estréia, Makkari não sabe que é um dos Eternos e cabe a Ikaris traze-lo à “realidade”. Pior: Ikaris tenta convence-lo, narrando a origem de sua espécie e Makkari não acredita, dizendo ser algo muito inconcebível. Tudo bem, no nosso mundo, ou até no de Matrix, parecia algo in
verossímil, mas numa trama calcada no universo Marvel, com Sr. Fantástico fazendo propagandas de tv, é ridículo pensar que uma história daquela é mirabolante demais. Será que Makkari nunca viu o Surfista Prateado singrar os céus de Manhattan, ou mesmo o deus do trovão, Thor, se auto-proclamar o protetor de Midgard?
O pior é saber que o roteirista envolvido é um dos mais queridos dos leitores, sendo várias vezes chamado de genial. Neil Gaiman é seu nome. Bom, das duas uma: ou Neil Gaiman anda perdendo o jeito de contar uma boa história, ou só está interessado na grana da Marvel.
Já os desenhos de John Romita Jr., como sempre são corretos e só. Mas como sou fã do cara, pra mim tá ok.
Até a próxima!!
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