Se você assistiu ao primeiro episódio de Falcão e o Soldado Invernal sabe que a trama começa com o legado do escudo do Capitão América e vai se expandindo até o próprio universo do Sentinela da Liberdade.
A série começa apresentando Falcão – Anthony Mackie – resgatando um militar das garras de um terrorista francês, chamado Batroc – Georges St. Pierre. Batroc, nas hqs, é um supervilão francês, fanfarrão ao extremo, que gosta de brigar. Adepto da arte marcial chamada Savate, já teve diversas lutas contra o Capitão. A melhor delas foi desenhada por ninguém menos que Jack Kirby!
Embora no final de Vingadores Ultimato, Steve Rogers envelhecido tenha entregue seu escudo a Sam Wilson, Falcão, este acaba por entrega-lo ao governo estadunidense por não se achar seu dono.
O escudo então vai parar numa espécie de museu que mantém viva a memória do Capitão, desde sua criação na Segunda Guerra Mundial.
Logo depois, Sam descobre uma nova facção terrorista chamada Os Apátridas que está atuando na Europa. Sua identificação é uma máscara preta com um desenho de uma mão vermelha o rosto. Há inclusive um grandalhão, bom de briga, que parece ser o líder dessa célula. Ou não—
Apátrida existe nos quadrinhos e é um terrorista mundial, tem uma célula chamada Ultimato e eles vivem de destruir símbolos nacionalistas e todas as indicações de divisões e bandeiras possíveis. Filho de um embaixador que acreditava na humanidade, que lutava pela paz universal, o homem acabou sendo pisoteado numa manifestação que ele tanto defendia. Com isso, seu filho utilizou toda a fortuna da família para destruir exatamente o que a ONU representa. E Capitão América, um homem vestido de bandeira torna-se um alvo favorito de Apátrida.
Criado por Mark Gruenwald, Paul Neary e Denis Janke, Apátrida fez sua estréia na edição 312 de Captain America, em dezembro de 1985. Na época, Apátrida agia sozinho. Nove meses depois, na edição 321, o anti-heroi já tinha o seu exército terrorista, quando seqüestra um avião forçando a intervenção do super-heroi estadunidense.
Vamos aguardar os próximos episódios para ver como os Apátridas irão se comportar.
Com a devolução do escudo, Falcão abre caminho para o governo reacender a tocha de esperança do Sentinela da Liberdade e apresentar um novo Capitão América. Seu nome: John Walker.
Walker surgiu como mais um antagonista ao patriotismo do Capitão, alegando que ele era ultrapassado e antiquado. Sob o codinome Super-Patriota, John Walker – munido de superforça e resistência sobre-humanas, conseguidos através de um picareta chamado Mercador do Poder – entende que ser super-heroi é quase o mesmo que uma estrela de rock [na época; hoje seria o mesmo que um ídolo k-pop]; tanto que a primeira vez que ele e Steve Rogers se enfrentam é no entorno de um evento de rock.
Walker tem empresário, bebe cerveja, quer ficar rico e se tornar uma celebridade – se você assistiu à série The Boys percebe aqui a chance que a Marvel está jogando fora, né? – aclamada pelo país e que irá liderá-los como um Elvis dos anos 80.
No entanto, nem tudo acontece como o planejado e também nos quadrinhos, Walker tem a oportunidade de ser o novo Capitão América, uma vez que Rogers desiste do alter ego e o devolve ao governo.
Walker aceita, briga com o empresário, entra em rota de colisão com ex-amigos e percebe o quão difícil é substituir uma lenda da Segunda Guerra.
Na série, já sabemos que Walker não terá poderes e será uma espécie de herói urbano normal. Então, não espere ver o novo Capitão América erguendo um carro.
Na verdade, além do nome e talvez alguma similaridade geográfica, a contraparte da série deve se afastar bastante da dos quadrinhos, o que é uma pena; pois nos dez anos em que esteve à frente do título, Mark Gruenwald criou muita coisa interessante. Elle sofreu bastante por causa dos péssimos desenhistas que foram seus parceiros – em especial Paul Neary [muito simples] e Dave Hoover [horroroso].
Vamos ver os próximos episódios e o desenvolvimento desse legado.
Falcão e o Soldado Invernal tem novos episódios toda sexta-feira, no Disney+.
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