
Ontem, 7 de julho de 2012, comemorou-se o centenário do primeiro Fla-Flu, grande clássico do futebol brasileiro, entre Flamengo e Fluminense.
Pra você que não sabe, o Flamengo surgiu do Fluminense – na verdade, os atletas que moravam no bairro da Gávea estavam de saco cheio de ver os moradores da baixada fluminense irem até ao bairro deles e ficarem com as garotas deles. Assim, eles trataram de romper com o Fluminense e criar o seu próprio clube, que na época, girava tudo em torno do remo.
Dali, surgiu o que se tornou o clube de futebol com mais torcida, no Brasil, maior vencedor de Campeonatos Brasileiros [ao lado do São Paulo], Campeão da Taça Libertadores e Mundial de Clubes, em 1981, além de ser o maior campeão Carioca da história.
Mas essa rivalidade entre Flamengo e Fluminense tem outras curiosidades, como por exemplo, dois irmãos geniais, cada um torcendo para um time: Mario Filho [que hoje dá nome ao Estádio do Maracanã] e seu irmão mais novo, Nelson Rodrigues, talvez o único ilustre torcedor tricolor de quem eu seja fã [porque de Chico Buarque e Pedro Bial, eu não sou]. Alias, foi Nelson Rodrigues quem escreveu as melhores frases definindo o Flamengo, mesmo torcendo por seu rival.
\”O Flamengo tornou-se uma força da natureza e, repito, o Flamengo venta, chove, troveja, relampeja.\”\”Cada brasileiro, vivo ou morto já foi Flamengo por um instante, por um dia.\” (A vida é como ela é – Nelson Rodrigues).
\”Todo brasileiro é um pouco rubro-negro. A alegria rubro-negra não se parece com nenhuma outra. Não sei se é mais funda ou mais dilacerada, ou mais santa, só sei que é diferente\”. (Nélson Rodrigues)
Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.
(Nelson Rodrigues)
Se Euclides da Cunha fosse vivo teria preferido o Flamengo a Canudos para contar a história do povo brasileiro.
(Nelson Rodrigues)
E, para encerrar esse post – e você já sabe que sou flamenguista – deixo abaixo dois ótimos embates entre Fla e Flu, o primeiro no Carioca de 2010 e o segundo, no Brasileirão 2011. Em ambos os casos, você verá semelhanças. Diversas. A principal delas, que camisa ganha jogo.
Abraço!
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