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Foto do escritorVagner Francisco

HO, HEY, HI—


Bem, você deve saber que o seriado favorito de Charlie Sheen, Two And a Half-Men, vai acabar na próxima temporada.

Sim, o personagem de Sheen, Charlie Harper, está morto.

Mas, ao que parece, os produtores aceitaram a sugestão do próprio Sheen e convidaram-no para uma participação no derradeiro episódio.

Legal, né? Após tanta firula, tanta confusão, tantos palavrões por parte do astro e até a sua demissão, seguida de um processo de 100 milhões de dólares, movido por ele contra a própria Warner, a impressão que dava é que as coisas estavam melhorando entre eles.

Isso sem falar no fato de Sheen ter tentado se reaproximar de seu ex-chefe, criador, roteirista e diretor do episódio-piloto de TAHM, Chuck Lorre.

Agora é que vem a parte interessante: Sheen foi convidado, certo?

A resposta dele foi a seguinte: ler o roteiro antes de aceitar a participação, aprová-lo e embolsar nada menos que dez milhões de dólares. Sim.

Dez!

Milhões!

De dólares!

Agora, vem aquela questão: Charlie Harper morreu [?] entre as temporadas 8 e 9. A última será a de número 12. Ou seja, o seriado sobreviveu por três temporadas sem se astro. Seria realmente crucial uma participação de Charlie Harper num seriado que já vive sem ele há três, quatro anos?

Bom, sim e não.

Sim, porque ainda há resquícios de Charlie Harper a cada episódio – veja você que nessa temporada que se encerrou, houve a adição de Jenny, a filha perdida dele. No último episódio da temporada, a piada final regurgitava ainda a forma tempestuosa que Sheen saiu do seriado.

Então, uma última participação de Charlie Harper poderia, sim, fazer sentido – mas eu aconselharia então mostrá-lo de volta, desde o primeiro episódio até o último, já que ele aparecendo numa piada final seria até pouco, sei lá.

Agora, o não. Não, porque foi o próprio Charlie Sheen e seu ego infinitamente gigantesco quem destruiu aquilo que ele tanto preza hoje. Foi ele quem desdenhou do trabalho e da genialidade do pessoal por trás de TAHM e Chuck Lorre, principalmente. Foi ele quem desprezou o talento de Jon Cryer, Angus T. Jones, Conchata Ferrell, Holland Taylor, Melanie Lynskey, Ryan Stiles e até mesmo James Edson, como Bobby, o garçom.

Então, acho sinceramente que o seriado deveria acabar e ponto final.

Eu sempre pensei, na época em que Sheen foi demitido, que eles poderiam mudar o nome para The Harpers, levar Alan [Cryer] e Jake [Angus] para a casa da mãe [Holland] e pronto; ela, a mãe faria todo o esforço do mundo para se livrar do filho pé-rapado, enquanto Alan se esforçaria ao máximo para agüentar tudo o que pudesse para botar as mãos na herança quando a velha partisse. Eles poderiam levar a diarista Berta, já que  Conchata segurava alguns episódios no puro talento e até mesmo manteria intactas muitas coisas da própria “mitologia” do seriado.

Mas enfim, nada disso aconteceu e agora o seriado vai mesmo pras cucuias.

Que descanse em paz!

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