
Como você bem sabe, Bucky Barnes, sidekick do Capitão América na época da 2ª Guerra Mundial, morre na saga Fear ItSelf, que a Marvel está publicando agora.
Bom, ele havia \”morrido\” anteriormente, na própria guerra, nos anos 40.
Lembro-me de ter lido essa história naqueles desenhos fodas do Jack Kirby, em que Capitão e Bucky, na tentativa de pararem uma ou bomba – ou sei lá o quê, porque faz tempo que eu li, então me perdoe pela falta de informação – que cairia em solo americano [ou algo assim] programado pelo Barão Zemo pai, acabam subindo no foguete que carrega os explosivos consigo. O Capitão não consegue chegar até ao sistema de programação do foguete e acaba por cair em pleno Ártico. Já Bucky obtém sucesso, mas o foguete explode no ar e, com isso, o garoto recebe toda a carga da explosão, caindo supostamente morto, também no Ártico.
Steve Rogers, o Capitão, devido às águas geladas, entra numa espécie de animação suspensa, e só acorda vinte anos depois, sendo resgatado pelos Vingadores.
Já Barnes, aparentemente nunca fora encontrado, tendo como túmulo próprio Ártico.
Mas…
Não foi bem assim. Capitão fora resgatado pelos Vingadores e tornou-se um deles. Apesar de ser um homem fora de seu tempo, chegou até a liderar a equipe.
Barnes, por outro lado, fora resgatado por um submarino soviético e tornou-se o Soldado Invernal, uma espécie de assassino a serviço dos soviéticos, com um novo braço – mecânico, ja que o seu, original, lhe fora arrancado pela bomba – e lembranças implantadas.
Depois de muita luta e reencontros, Capitão consegue fazer com que Barnes se liberte de qualquer programação que lhe fora imposta.
E assim, após os eventos de Guerra Civil, Steve Rogers fora preso e seria levado para ser julgado por traição a seu país, quando liderou mascarados urbanos contra a lei de registro dos super-heróis. Mas acabou \”morrendo\” na frente do tribunal.
Assim, os EUA precisariam de um novo Capitão América. E ele surgiu, graças a James Barnes ter aceito manter os ideais de seu herói vivos – o que não deixa de fazer sentido: afinal ele também era um homem fora de seu tempo.
Mas vinha um filme a caminho…
O tempo passou, conseguiram trazer Steve Rogers de volta à vida – já que ele não havia morrido de verdade, e sim vítima de um plano do Caveira Vermelha – e ele assumiu o comando da S.H.I.E.L.D. enquanto James Barnes continuava como Capitão América, membro dos Vingadores e dando uns pegas na Viúva Negra – aumentando a lista de mascarados que já se envolveram com a ex-espiã russa: Demolidor, Homem de Ferro, Gavião Arqueiro, Hércules, Wolverine].
Tudo estava indo bem; o novo Capitão – cujo uniforme fora desenhado por Alex Ross – mantinha a chama do herói acesa e seguia a vida.
Mas o filme do Capitão estava chegando – estreia aqui em 29/7 – e no filme, o herói chama-se Steve Rogers, enquanto que, nos quadrinhos ele era James Buchanan Barnes, que no filme é apenas um garoto, sidekick do dono do filme. Como poderia isso acontecer? A Marvel não aceitaria correr o risco de fazer um filme render uma boa bilheteria e levar pessoas às bancas para ler as aventuras do herói e perceberem que lá, nos quadrinhos, ele é outra pessoa.
Não!
James Barnes tinha que deixar o uniforme para Steve Rogers voltar a usá-lo. Mas como fazer?
Ora, matando Barnes. E fora feito.
Na edição #3 de Fear ItSelf, James Barnes toma uma surra federal de Pecado, filha do Caveira Vermelha, agora com o poder do martelo da Serpente – não me pergunte, também não sei.
E quando julho chegar, e o filme do Capitão aportar nos cinemas, Steve Rogers estará de volta a seu velho uniforme, nos comics.

Sim, é uma manobra maniqueísta, cujo único beneficiário é o filme. Afinal, matar um personagem, remanejar outro, deixar várias pontas soltas e reorganizar seu universo… tudo pelo risco de confundir a cabeça de novos prováveis leitores.
Mas o maior erro da Marvel, a meu ver, nem é fazer tudo isso.
O maior erro da Marvel, com o Capitão é acreditar que Chris Evans possa interpretá-lo com autoridade. Chris Evans não serve nem pra Bucky, quanto mais Capitão América.
Até!
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