Sou flamenguista, mas nunca fui fã de Joel Santana.
Pelo menos, até 2005.
Assisti ao zero a zero com o Vasco da Gama, em 1996, resultado que deu ao time rubro-negro o campeonato do Rio de Janeiro naquele ano.
Invicto.
Mas nossa história começa nove anos depois, em 2005. O Flamengo vivia uma das piores campanhas no Campeonato Brasileiro, em toda a sua história. Com um elenco fraco, gerentes de futebol incompetentes e re
sultados que não chegavam, o rebaixamento era mais do que real.
Na segunda-feira, 24 de outubro, daquele ano, Joel Santana era apresentado ao clube como seu novo comandante – isso porque na sexta, 21, ele havia sido demitido do Brasiliense, devido aos maus resultados – com a missão de livrar o Flamengo do rebaixamento.
Ele teria nove jogos para reverter a situação.
Nove.
Venceu seis.
Empatou os outros três.
Um dos responsáveis pela contratação de Joel, o ex-presidente, Helio Ferraz divulgou lá atrás quando o contratou que, caso ele conseguisse essa façanha, mereceria uma estátua.
Joel conseguiu, mas a estátua ainda não chegou.
Enfim, após livrar o Flamengo do rebaixamento, Joel foi embora, treinar um clube no Japão.
Dois anos depois, em 2007, Joel estava de volta à Gávea (pra quem não sabe, onde fica a sede do Flamengo), novamente com a missão de salvar o time que, novamente estava na zona do rebaixamento. Dessa vez ele tinha mais tempo.
Com isso, tratou de botar um zagueiro recém-contratado, chamado Fábio Luciano, para jogar e recuperou a auto-estima do time novamente.
Com isso, da zona de rebaixamento, ao final do campeonato, ele levou o Flamengo para a Libertadores, no ano seguinte. Terminou o campeonato em terceiro colocado.
Terceiro.
Em segundo, o Santos, de Vanderley Luxemburgo, o maior vencedor de campeonatos brasileiros como técnico.
Em primeiro, o São Paulo, de Muricy Ramalho, que se tornou o único técnico a vencer três campeonatos brasileiros de forma consecutiva e num mesmo time.
Em 2008, uma grande oportunidade lhe apareceu. Treinar a seleção da África do Sul rumo à Copa do Mundo de 2010 na própria África do Sul. Ele iria substituir Carlos Alberto Parreira que, por questões pessoais, precisou se desligar da comissão técnica.
Agora, em plena Copa das Confederações, Joel conseguiu classificar a África do Sul para as semifinais. Enfrentará a seleção brasileira, na próxima quinta.
Independente do resultado, gostaria de deixar minha homenagem ao Joel Santana porque, além de ter salvo o Flamengo por tantas vezes, também é uma figura.
Dizem que seu inglês é muito “cool” e o pessoal do blog Bola nas Costas aproveitou suas entrevistas e as transformou num funk, o Funk do Joel.
Confira no final do post.
Você não vai se arrepender.
Além disso, em 2007, o site Globo Esporte.com citou dez causos do Joel, alguns fatos que ocorreram em sua carreira que foram vistos com muito humor. Vou citar os que achei mais legais. Se você quiser ver o resto, clique aqui. E adiciono um outro causo, ocorrido entre ele e Renato Gaucho, a quem ele ‘carinhosamente’ chama de Baby.
Desafio ao sheik
Comandando o Botafogo, o técnico Joel Santana teve um problema com o meia Alexandre Gaúcho, que estava chateado com o treinador. Ao ser questionado sobre o assunto, o treinador contou sua história: \”Eu estava dormindo e o sheik me convocou para uma reunião às 3h da manhã. Ele queria que eu mudasse a equipe porque o time estava ruim. Eu disse que não ia mudar. Se eu desafiei o sheik, ia ter medo do Alexandre Gaúcho?\”
Ives, o craque do Vasco
No Vasco, em 2005, em um bate-papo com a imprensa, Joel começou a elogiar um jogador das divisões de base do time da Colina: \”Existe um jogador nas divisões de base do Vasco. Ele é um fenômeno, ele é surpreendente, ele é um azougue.\” A imprensa pergunta: \”Um novo ídolo? Um camisa 10?\” Joel responde: \”Calma, gente. É um volante, um cabeça-de-área.\”
Ditado popular arranhado
Antes de uma partida do Botafogo contra o Vasco, o treinador foi perguntado sobre as qualidades do adversário. Para não elogiá-lo muito, Joel mandou a pérola: \”Não vou botar sardinha na empada dos outros. Tenho que me preocupar com o Botafogo.\” O ditado correto é colocar azeitona na empada dos outros.
\’O Baby está assanhado\’
Há 12 anos, quando trabalhei com o Renato(Gaúcho), o chamava de Baby. Agora, que ele cresceu, tá ficando assanhadinho.
Barbados
No Botafogo, em 1997, o treinador pedia para os seus jogadores deixarem a barba para assustar os adversários. Ele brigava com quem a tirasse antes dos jogos: \”Tem que assustar os adversários, tem que deixar a barba. Não pode tirar de jeito nenhum.\”
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