Astro já deu diversas declarações de que as filmagens são sempre muito pesadas, física e psicologicamente. E acena para um não-retorno num quinto episódio
Numa escalada, os três primeiros episódios da cinessérie John Wick vai subindo de tom e qualidade, com Parabellum atingindo seu auge.
No entanto, John Wick 4 despenca vertiginosamente em coreografia e trama, com o vilão mais fraco até aqui.
Bill Skarsgard, de It, é o Marquês, supostamente a pessoa escolhida para botar ordem na bagunça criada por John Wick desde o primeiro filme. Para isso, ele elenca sanções administrativas e manda seus capangas para executar.
Em meio a isso tudo, o Marquês ainda encontra um nêmesis do astro da trama, Caine, interpretado por Donnie Yen.
Caine é um homem cego, porém exímio lutador e faz muito bem uso de sua bengala - e os outros sentidos.
Muito mais parecido com o personagem de Rutger Hauer em Fúria Cega, de 1989, a Matthew Murdock, o Demolidor - O Homem Sem Medo da Marvel, Caine não chega a se destacar.
Quem acaba fazendo isso é justamente Scott Adkins, na pele do trambiqueiro alemão, chamado Killa.
Enviado para matar o trambiqueiro, Wick acaba tendo o melhor momento do filme quando o astro de artes marciais demonstra carisma, talento e, com mérito, merecimento de manutenção do personagem, inclusive podendo ganhar mais espaço num possível quinto filme - ou um spin-off em formato série pela Lionsgate+.
Infelizmente nada disso será possível e John Wick 5 se mostra uma folha em branco.
Primeiro, porque o final de John Wick 4 se mostra definitivo para o protagonista por imposição do próprio Reeves - claro que há a possibilidade de um retorno. Mas depende do que o astro decidir.
O filme tem uma abertura empolgante numa espécie de faroeste do século 21, botando Wick num cavalo e perseguindo seus inimigos.
Corta para o Japão, onde os capangas do Marquês estão por lá para encontrar Wick. E encontra! E aí, Japão, samurais e tiroteios, não tem como dar errado, certo?
Tem!
As lutas são coreografadas demais e se mostram até pouco realistas e talvez estilizadas em excesso.
Keanu Reeves se mostra tão cansado e lento que não sabemos se é o personagem que está demonstrando ter atingido seu clímax, ou é o ator que não suporta mais tudo isso. Pelas entrevistas, é possível perceber que o ser humano é que cansou.
Assim como o público.
Poucos diálogos, uma trama fraquíssima; um vilão que não assusta a ninguém. E coadjuvantes de luxo transitando para tentar segurar as pontas.
Mas a saturação é inavitável.
Para o futuro, talvez seja hora de tanto Keanu quanto os produtores repensarem os próximos projetos, porque John Wick 4 encerra tudo.
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