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  • Foto do escritorVagner Francisco

Kill Bill


Vez ou outra alguém aponta determinada obra como a melhor já realizada por seu(sua) autor(a). É assim com Alan Moore e seu Watchmen. Na verdade, o caso de Moore é até engraçado porque quando dizem que Watchmen é sua obra de vida e que ele até ficou frustrado por nunca conseguir criar algo melhor, fica a dúvida se essas pessoas que dizem isso já leram V de Vingança, Do Inferno e Miracleman – só pra citar alguns.

Mas se o nome for Quentin Tarantino, a coisa se complica. É justo apontar qual de seus quatro filmes (o ainda inédito, À Prova de Morte, não conta) é o melhor? Seu progresso em termos de ‘direção narrativa’ é obvio, mas estamos falando do cara que revolucionou o cinema norte-americano na década passada. Sua criatividade também cresceu? E as tramas, são melhores?

Kill Bill, o último da série, mostra um avanço em todas as áreas. É maior; mais bem feito; mais seguro; mais visual; mais ousado e obviamente mais caro. O filme levou 155 dias para ser rodado, com orçamento (contando os dois volumes) de 55 milhões de dólares (lá vamos nós de novo. Quarteto Fantástico 2 custou o dobro disso e não tem nem 10% de criat

ividade, boa direção, ou sequer uma boa cena que possa fazer jus a seu preço).

A saga da noiva em busca de vingança têve sua gênese durante as filmagens de Pulp Fiction. Numa noite de bebedeira do elenco, Uma Thurman – estrela daquela produção – e Tarantino bolaram a história de uma noiva que é quase assassinada por seu amado no dia do casamento. 5 anos depois, ela acorda de um coma e parte pra vingança. Após a bebedeira, veio a r

essaca. E com esta o esquecimento. Quentin chegou até a escrever 20 páginas do roteiro, mas o deixou de lado. Enquanto Uma Thurman seguiu sua vida com filmes de qualidade duvidosa, Tarantino dirigiu Jack Brown e sumiu do mapa!

Em 2000, o reencontro. Numa festa do Oscar, promovida pela Miramax, então estúdio parceiro do diretor, Uma e Tarantino voltaram a se falar sobre a história da noiva. A partir dali, Tarantino deciciu que aquele seria seu próximo filme.

Uma Thurman seria a noiva, obviamente. E para o papel de seu algoz, Quentin sonhava c

om Warren Beatty, que topou a parada, mas se desligou do projeto porque este demorou demais para decolar (quando tudo estava prestes a começar a acontecer, Uma Thurman apareceu grávida e a produção teve de aguardar mais um ano). Aí, surgiu David Carradine, que se interessou pela história e negociou bastante até ficar com o papel de Bill, o noivo traíra.

Inicialmente, Kill Bill seria um filme só de aproximadamente 3 horas de duração. Porém, o diretor, que queria homenagear os filmes grindhouse orientais, achava que não seria ter um filme tão grande. Por isso, o próprio chefão da Miramax – quem estava pagando a brincadeira – sugeriu o corte. Dizem que Quentin sabia que isso iria acontecer porque ele filmou todo seu roteiro.

Como em todos os filmes de Quentin Tarantino, as influências pop aparecem o tempo todo. As canções, por exemplo, em sua maioria, foram retiradas de faroestes-spaghetti da época de Sergio Leone. A roupa amarela que Uma Thurman usa no volume 1, fora uma homenagem a Bruce Lee, que traja algo parecido em seu último filme, Bruce Lee No Jogo da Morte. A personagem de Daryl Hannah, a assassina caolha, Elle Driver, fora inspirada num filme hardcore sueco, chamado Thriller (ou They Call Her One Eye). E por aí vai.

E a canção final, Malaguena Salerosa, de Chingon, quando todo o elenco é apresentado, fecha a trama com acordes poderosos do repertório mexicano, fechando com chave de ouro o filmaço que é Kill Bill.

Provavelmente muito em breve, os dois volumes de Kill Bill serão unidos num único DVD especial, transformando-o literalmente num único filme.

E esse ano ainda virá À Prova de Morte. Promessa de outro espetáculo. Vamos ver…

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