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  • Foto do escritorVagner Francisco

MESTRES DO UNIVERSO | FILMES QUE MERECEM SEQUÊNCIA OU REBOOT #8

Atualizado: 19 de set. de 2023


Com um orçamento de 22 milhões de dólares e bilheteria total de 17, podemos dizer que Mestres do Universo foi um fracasso comercial.

A Mattel, dona da propriedade - que nasceu para vender action-figures - estava meio que desesperada, uma vez que o desenho animado, que fez grande sucesso em 1983, havia sido cancelado e com isso a linha de brinquedos começou a dar sinais de cansaço. Assim, um live action com esses personagens poderia muito bem revitalizar as vendas.


Problema número 1 da Mattel foi a escolha do estúdio para a empreitada: Cannon não era exatamente a melhor casa para se produzir um filme desse porte. Os donos, Menahen Golan e Yoram Globus eram bons em convencer estrelas a participarem de seus filmes, mesmo que as maiores fatias dos orçamentos ficariam com o elenco.

Assim foi com Charles Bronson, que viu sua carreira ser revitalizada nesse sentido; Chuck Norris, Jean-Claude Van Damme e até mesmo Sylvester Stallone caíram no canto da sereia.


A Mattel só percebeu onde estava se metendo quando os donos da Cannon começaram a produção de Mestres do Universo 2 antes mesmo do primeiro chegar aos cinemas e com um orçamento de troco de pinga. Aí ela desligou a tomada, deixando o estúdio a ver navios, antes de transformar essa produção em Cyborg - O Dragão do Futuro.


Problema número 2 da Mattel veio com as diferenças gritantes do live-action e a série animada. No filme, Esqueleto finalmente consegue tomar o Castelo de Grayskull e busca a captura de seu arquiinimigo o quanto antes. Assim, He-Man, Mentor e Teela tornam-se rebeldes, lembrando muito mais o desenho de She-Ra, a irmã de He-Man.

She-Ra, inclusive fez parte das primeiras discussões do início da produção de Mestres do Universo, mas o diretor Gary Goddard decidiu cortá-la para não ter um elenco tão inchado.


Uma outra situação aconteceu quando o roteiro mostraria Esqueleto punindo o Homem-Fera com um raio desintegrador; a Mattel interveio e vetou tal atitude, justificando que o personagem era um ativo da série. Assim o diretor criou outro personagem apenas para ser desintegrado; e a produtora pôde transformar esse personagem num novo boneco e vendê-lo.


Problema número 3 da Mattel se deu na escolha de seu protagonista: como He-Man, Dolph Lundgren odiou cada momento e até hoje considera a sua participação como ponto mis baixo de sua carreira. Assim, Dolph pulou fora de uma provável sequência antes mesmo que ela se realizasse.


Por outro lado, Frank Langella, que aceitou encarnar o vilão Esqueleto por insistência de seu filho considera esse o seu melhor trabalho. E, justiça seja feita, Langella encara o ofício como se estivesse recitando Shakespeare.


Bem, como eu disse um pouco acima, a Cannon chegou a dar o sinal verde de um Mestres do Universo 2 e o enredo mostraria o retorno de Esqueleto como um congressista infiltrado, sendo confrontado por um He-Man que finge ser um quarterback, na Terra. Como você pode imaginar, seria um novo desastre.


Perguntado sobre suas ideias para uma sequência, Goddard deu a seguinte resposta ao site Motumovie, em 2010:

"Bem, acho que minha ideia sempre foi – se o filme de He-Man se saísse bem – que a sequência se passasse em Eternia. Evitamos isso no primeiro movimento porque simplesmente não havia um orçamento para isso, daí a ideia de encalhá-los na Terra. Mas o cenário sempre foi que nos reencontraríamos com eles em Eternia, onde Esqueleto, que havia sido lançado no poço do inferno no final do primeiro filme, saiu do pântano e encontrou ajuda entre os Snakemen e talvez parte da Horda – todos vivendo nas cavernas escuras sob Grayskull. Exércitos teriam sido levantados, e eu esperava criar algo que fundisse Eternia em uma espécie de mundo da "Terra Média" – com He-Man indo em uma jornada para o império sombrio do Esqueleto. Nada foi realmente resolvido – mas pensando bem, era meio que onde minha cabeça estava – na época."


Apenas essa ideia já é melhor que todas as outras que surgiram no decorrer dos anos vindouros.


Outro que escreveu um reboot de Masters of the Universe foi Justin Marks. Na época, algo visto como uma mistura de Senhor dos Aneis encontra Matrix que encontra Batman Begins, com o roteiro definitivo.

Você pode ler um texto sobre aqui.


David S. Goyer, roteirista de Batman Begins, trilogia Blade e O Homem de Aço, chegou a ser contratado para escrever um enredo sobre o campeão de Eternia e quase fechou contrato com a Sony para dirigir:

"Gostei legitimamente do roteiro que fizemos. O que eu mais gostei nele foi que era principalmente sobre uma amizade entre He-Man e Battle Cat. A ideia era que sempre houve He-Men e diferentes destinatários da Espada do Poder e que o Battle Cat sempre serviu ao seu lado. E este era um novo He-Man que Battle Cat e muitas pessoas não achavam que era digno da espada. Então, era uma história do personagem ganhando a espada, mas, mais importante, ganhando a amizade de Battle Cat, que só pensava que esse cara era um peso-leve. Gostei muito. Achei que era uma história divertida. Havia muito humor nisso e isso se arrasta em você porque Battle Cat meio que o aceita a contragosto, e é a aceitação de Battle Cat de He-Man que deu a essa versão da história o coração."


A Sony optou por seguir um caminho diferente.


Empenhada em realizar um novo longa estrelado por He-Man, a Mattel buscou a parceria da Netflix, que chegou a gastar aproximadamente 30 milhões de dólares em pré-produção, além de escalar seu protagonista: Noah Centineo, que depois veríamos como Esmaga-Átomo no filme Adão Negro.

Agora, Netflix também desistiu e a proprietária do personagem está buscando uma nova casa.


E como poderia ser o enredo de um novo Mestres do Universo?

Bem, Justin Marks claramente bebeu da fonte da versão 2002 do live action, uma vez que inseriu diversos aspectos vistos nesse reboot. Sim, porque a série de 2002 não continua a dos anos 1980; inclusive se aprofunda em detalhes que mudam totalmente a mitologia de alguns personagens.

Diretamente, Esqueleto que, numa tentativa de aproximar a trama numa espécie de Hamlet, transforma o vilão em tio de Adam. Esqueleto passa a ter uma origem, onde foi meio-irmão do Rei Randor, chamado Keldor e, em sua busca por poder, o transformou no desfigurado Skeletor.


E indiretamente, Teela; afinal de contas, ela é filha legítima da Feiticeira de Grayskull e, na versão 2002, a protetora do castelo foi também esposa do Rei Grayskull, cujos poderes foram canalisados na espada quando ele pereceu.

Assim, se Kevin Smith não fosse tão picareta, ele poderia ter feito de Teela, não uma "She-Mana", mas a verdadeira - de fato e direito - herdeira dos poderes de seu pai, Grayskull!


Dessa maneira, Mestres do Universo poderia mostrar exatamente a história de Grayskull, o rei, e como seus poderes permeiam a espada que vai parar nas mãos de Adam - e, quem sabe? - para depois Teela empunhar.

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