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Foto do escritorVagner Francisco

MORTAL KOMBAT [2021] RESENHA

Atualizado: 20 de set. de 2023


MORTAL KOMBAT

Direção: Simon McQuoid

Com: Lewis Tan, Jessica McNamee e Hiroyuke Sanada. 

Quando Mortal Kombat, filme de 1995 estreou nos cinemas, você sabe quem era o personagem preferido para jogar? Sub-Zero. Naquele ano, a Midway, produtora do jogo, já havia lançado dois jogos: Mortal Kombat e Mortal Kombat II.

E mesmo com uma dezena de personagens, a fama do ninja de gelo não dava sinais de cansaço; havia inclusive bootlegs, no segundo jogo em que era possível enfrentar o erroneamente chamado Sub-Scorpion: um ninja verde. Depois, descobrimos que era Reptile.

Então, quando o filme estreou e tanto Sub-Zero quanto Scorpion e Reptile nada mais eram que escravos de Shang Tsung, muita das expectativas dos fãs se desintegrou.

Porque, no filme, apenas Johnny Cage, Sonya e Lyu Kang são os protagonistas – Kitana e Raiden são coadjuvantes destes.



Mesmo assim, com a decepção inicial, Mortal Kombat se tornou a primeira adaptação de um jogo para o cinema a atingir o sucesso – das bilheterias e críticas. MK custou 18 milhões de dólares e arrecadou 122; além de ficar no topo das bilheterias estadunidenses por cinco semanas consecutivas. Ou seja, foi um estouro.

Embora não tenha sido a primeira opção para interpretar Johnny Cage – o papel foi oferecido anteriormente a Jean-Claude Van Damme [que preferiu fazer Street Fighter], Tom Cruise e Brandon Lee que foi considerado, porém faleceu antes das filmagens começarem – Linden Ashby trouxe muito senso de humor e galhofa ao personagem. Numa entrevista para o Hollywood Repórter, ele disse que o diálogo que o apresenta “Vamos dançar” foi totalmente improvisado na hora; assim como “Esses óculos custaram 500 dólares” quando Goro quebra seus óculos escuros. Aliás, tantas alterações e pitacos no roteiro causaram várias dores de cabeça; por exemplo, Kevin Droney, o roteirista do filme, num encontro com Ashby, numa festa, o apresenta para a namorada: “Esse é o idiota que arruinou meu roteiro”.

Ed Boon, um dos criadores do jogo, também não ficou muito feliz, a princípio quando o Raiden, de Christopher Lambert, também estava divertido. “Raiden nunca foi um palhaço. Ele é um personagem muito sério.” Disse. No entanto, é justamente esse lado divertido de Raiden que lhe deixa charmoso.

Você já deve saber que Cameron Diaz foi a primeira opção para viver Sonya Blade; porém, nos treinamentos preparatórios para as filmagens, ela acabou quebrando o pulso e foi substituída por Bridgette Wilson, que havia feito a filha de Arnold Schwarzenegger em O Último Grande Herói e estava filmando Billy Madison, com Adam Sandler; ela inclusive achou que perderia o papel por causa disso, porém o destino foi cirúrgico e quando ela estava livre das filmagens de Madison, os produtores de MK lhe perguntaram se ela poderia voar para a Tailândia para começar os treinamentos. Bridgette foi bastante casca-grossa e dispensou os dublês em suas cenas de ação. Ela chegou a deslocar o ombro na luta com Kano, e continuou mesmo assim.

Robin Shou foi, além do cara que derrota o vilão, Shang Tsung, o coreógrafo da maior parte das lutas. Ele, inclusive coreografou e convenceu Ashby a fazer toda a luta contra Scorpion. Detalhe: ele saiu com um rim defeituoso dali.

Shou não ficou atrás e teve três costelas quebradas em sua luta contra Reptile.

Enfim, Mortal Kombat foi um sucesso, lançou as carreiras do diretor – que na época assinava como Paul Anderson; Linden Ashby, Robin Shou – que já tinha uma carreira em Hong Kong, mas queria conquistar a América – e criou uma trilha sonora que chegou a ganhar um disco de platina.

Isso sem falar no grande gancho que o filme deixa para uma provável seqüência. Os heróis perfilados prontos para enfrentar Shao Khan.

Não tinha como dar errado, certo?

Mas deu.



Paul Anderson não quis voltar para a seqüência; Lambert, Ashby e Brigette também não voltaram. E, de repente, um Mortal Kombat: Aniquilação, que deveria ser maior, com mais investimentos e pirotecnia, tornou-se menor, quase um filme para a tv. E foi um fiasco. Já era 1997, e a Midway acabara de lançar Mortal Kombat 4. Eles planejavam levar ao cinema uma parte da trama desse jogo e dos anteriores, Mortal Kombat 3 e Ultimate Mortal Kombat. Acabou que só esses últimos entraram e o quarto jogo ficou de fora. Ninguém reclamou.



 Corta para 2021.

Um novíssimo Mortal Kombat chega aos cinemas. Mais de quinze anos após o primeiro, um reboot do maior torneio que decide o destino de dois mundo está disponível.

Lembra do que eu escrevi sobre as participações de Sub-Zero e Scorpion no filme de 1995 e a decepção dos fãs? Pois neste, não haverá. O filme já abre contando a história do ódio que separa os dois ninjas e o porquê.

E depois apresenta um novo personagem, exclusivo para o filme, chamado Cole; então entram em ação Sonya Blade e Jax, membros das Forças Especiais que investigam uma espécie de UFC clandestino onde pessoas morrem e apenas quem tem uma marca de dragão pode lutar. Alguns nascem com ela, outros tomam para si quando matam quem as tem – uma mistura de vilão do Blade, o Caçador de Vampiros; e Estigma, um personagem da Marvel. Sub-Zero está no encalço de Cole e a dupla de agentes tentam ajuda-lo.

Logo, com a adição de Kano – que rouba o filme: “Kano Wins!” – eles partem para o local onde haverá o tal Mortal Kombat.

Fatalmente, eles encontram Lyu Kang e Kung Lao, parceiros, aliados de Raiden na luta contra Shang Tsung, Sub-Zero, Mileena, Kabal, entre outros.

Para disputar o Mortal Kombat é preciso manifestar suas capacidades sobre-humanas: Sub-Zero manipula o gelo; Lyu Kang dispara rajadas de fogo e assim por diante.

Cole, no entanto, tem dificuldade nesse aspecto e Raiden – que nada lembra a versão de Lambert – literalmente o descarta.

Shang Tsung, por sua vez, não quer esperar o torneio para garantir sua vitória e quer se livrar dos representantes da Terra o quanto antes. Para isso, ainda conta com o príncipe Goro, o ser de quatro braços que destrói o que passa à sua frente.

A essa altura do campeonato, Cole consegue finalmente manifestar seus poderes e então é chamado de volta por Raiden; e é ele quem tem a idéia de como vencer os soldados de Shang Tsung.

Nessa batalha, Sonya também consegue sua marca e desenvolve os poderes – aqueles mesmos do primeiro jogo. E Jax passa a ter braços biônicos.

Com sua equipe derrotada, Shang Tsung vai embora, jurando vingança dentro do torneio. Então, Raiden diz que fará uma lista de novos campeões para ajuda-los na batalha. E Cole se voluntaria para ir atrás deles. O primeiro é um personagem muito querido, que não deu as caras nesse filme.



Então, qual é melhor? O filme de 1995 ou de 2021?

Como um filme fechado, o de 1995 ainda é melhor; tem uma história mais redonda e personagens mais carismáticos; porém o de 2021 pode se tornar uma série mais robusta, tudo vai depender dos resultados das bilheterias.

Ambos meio que se complementam, de certa forma.

E se o primeiro filme te dava uma noção de qual jogo eles adaptaram, nesse é tudo misturado.

Assista e depois comente o que achou.

A estréia no Brasil acontece em maio.

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