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O QUE O FUTURO NOS RESERVA…

  • Foto do escritor: Vagner Francisco
    Vagner Francisco
  • 8 de abr. de 2010
  • 2 min de leitura

Tragédias como a que ocorreu [está ocorrendo] no Rio de Janeiro, estão se tornando rotina na vida de quem acompanha [não de quem sofre] os telejornais, no Brasil.

Em 2008, foi Santa Catarina; ano passado, São Paulo; agora, o Rio. Fora outras regiões que também apanharam muito da natureza recentemente.

Todos dizem que são tragédias anunciadas. Mas se são anunciadas, por que ninguém faz nada?

Só avisam?

Não há o que fazer?

Eu moro no Paraná e a cidade próxima à minha é uma das mais importantes do estado. Tem aproximadamente 500 mil habitantes.

Porém, se alaga ao menor sinal de chuva.

Dizem que a cidade não foi planejada para tamanho crescimento. Não tem estrutura.

Penso que se uma chuva como essa, cair nessa cidade, o mesmo caos acontecerá.

E tenho absoluta certeza de que muitos de seus habitantes concordam comigo. Mas acabam fechando os olhos e continuam a viver sem muito \”desgaste\”.

Não quero transformar tragédias em palanques, mas penso em como podemos crescer como nação, nos tornarmos um país desenvolvido – uma quinta potência mundial – se ao cair da chuva, centenas de vidas são ceifadas dessa maneira?

Você que lê esse meu texto, peço que feche os olhos e por apenas cinco segundos pense em toda a sua vida; na importância que é estar aqui, para você. Na diferença que você faz para seus pares. E o quanto isso tudo pode acabar numa \”tragédia anunciada\” como essa.

Em 2008, após a tragédia em Santa Catarina, eu escrevi um roteiro de Val, numa espécie de \”homenagem\” [bem ao estilo do personagem] às vítimas do clima.

Infelizmente a história acabou não sendo desenhada, mas resolvi postá-la aqui para você conhecer.

Segue abaixo…

Visão geral da situação (cidade alagada). Aproximando-se, vemos a destruição de perto. Numa das casas – que já está praticamente toda embaixo d\’agua, com toneladas de madeira segurando-a pra baixo – um casal de idosos tenta, em vão, sair.

– Não dá. – diz a esposa. – Há muito lixo por cima.

– Acho que acaba aqui. – diz o marido.

Eles praticamente já entregam os pontos, quando ouvem um barulho vindo de cima.

– Bem, vamos juntos, como sempre fomos. – completa ela.

Seguram um na mão do outro, já aguardando o fim, quando, pela fissura aberta por um soldado do corpo de Bombeiros, este estica a mão e lhes pede rapidez.

– Boa tarde, quem quer sair primeiro?

Lá por cima, já com o casal a salvo, em cima de uma lage, os soldados veem passar por eles, um bote da defesa civil, com diversos voluntários. Um dos voluntários (um afrodescendente, de cavanhaque) comenta com outro (meio índio) a força que todos estão dando.

– Esse pessoal chegou na hora certa, héin?

– É.

– Mas, e aquele cara ali? – o afrodescendente aponta com o polegar para trás.

– Ele? – o meio índio, se referindo a Val, que está no fundão, com um copo de vodca na mão, e meio alheio a tudo. – Ahn… eu tou desconfiado que ele foi trazido pela chuvarada.

E Val, meio \”baqueado\” com a bebida, todo encharcado e sujo, pergunta: – Ahn… aqui é a Ilha de Lost?

– Rapaz… – diz o afrodescendente – …essa chuva traz cada coisa, héin?

 
 
 

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