Ano passado, o Campeão de Etérnia comemorou trinta anos.
E parte de suas comemorações se deu numa minissérie, publicada pela DC, chamada He-Man and the Masters of the Universe, em seis edições.
Além disso, uma série contando as origens dos principais personagens da série.
A minissérie, escrita, primeiramente por James Robinson e depois, por Keith Giffen, parecia promissora, até pelos nomes envolvidos.
Embora eu não seja um fã de Robinson, ele conquistou certo prestígio quando escreveu as séries Era de Prata e Starman, para a DC. Já Giffen – com seu grande sucesso à frente da Liga da Justiça ‘cômica’, nos anos 80 e 90, e Legião dos Super-Herois, além de boa parte de títulos que ganharam vida nos anos 90 – parecia ser algo mais animador.
Confesso que, com a entrada de Giffen, a série ficou mais engraçada, mas nada que fizesse jus às eras áureas da Liga.
capa alternativa da edição de estreia
Os desenhos também ficaram a quatro mãos: começam com Phillip Tan e terminam com Pop Mhan. Ambos são razoáveis e não comprometem, mas também não enchem os olhos.
Quanto à história: Adam é um jovem lenhador, que em sonhos, é um grande guerreiro. Um dia, resolve deixar a vida simples de lado, numa aldeia, e embarcar em seus ímpetos de grandeza e descobrir se realmente é aquilo que acha ser.
Mal ele caminha e já se encontra com o Homem-Fera.
Pronto! Toda escaramuça de Esqueleto cai por terra.
Adam então parte para uma jornada em busca de descobrir quem ele é na verdade.
No caminho, estão todos lá: Teela, Mentor, a Feiticeira, Maligna, Aquático, Gato Guerreiro e, obviamente, o Esqueleto.
Pra quem é fã, a série não vai empolgar – está mais para uma das muitas cópias estapafúrdias de Matrix – e chega até a decepcionar. Pra quem não conhece os personagens, o divertimento é válido.
A origem de She-Ra
Quanto à série com as origens de alguns dos principais personagens de Mestres de Universo, alguns são muito interessantes, como a história de Mandíbula e da She-Ra.
As mais decepcionantes são justamente de Esqueleto e He-Man.
Esqueleto, porque, na sua história original, ele chega a Etérnia graças a um corte no campo interdimensional – e em seu planeta de origem, todos os habitantes têm semelhança a ele – e sua fome de poder o faz querer ser o Mestre do Universo, ganhando os poderes do castelo de Grayskull para si.
Nessa nova, Esqueleto simplesmente é o tio de Adam, primogênito de Miro, mas como é bastardo, Randor, o mais novo, subiu ao trono quando recebeu o chamado.
Keldor, como o vilão era conhecido, então passou a odiar a todos do palácio real e exigia algo, que achava ser seu por direito de linhagem: os poderes de Grayskull.
A origem de Esqueleto
A origem de He-Man
Essa mudança simplesmente tira todo o charme da história.
Porque é tudo meio Matrix: a profecia do Rei Grayskull de que sangue lutará contra sangue pelo poder; um jovem desavisado, que nunca lutou em sua vida, é o escolhido para deter os avanços do próprio tio. Enfim, mais do mesmo.
Uma pena, já que essa nova ideologia dos personagens é a que vai continuar, já que, a minissérie teve um relativo sucesso e agora a DC já parte para um título regular para He-Man e seus amigos.
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