Primeiros Erros é, provavelmente, a minha primeira grande saga solo – eu já tinha pensado em várias outras séries, como Frank & Walter, por exemplo, mas sempre as discutia com Anderson Cossa e, assim, muitas das ideias dele entravam nas tramas.
O ano era 2004, o franzine Manicomics estava no auge, principalmente com uma saga escrita e desenhada por Jean Okada: Kário.
Kário, se não me falha a memória, saiu em três ou quatro partes.
Naquele momento, eu pensei no que poderia fazer, em termos de roteiro, para substituir Kário à altura.
Claro, era muita pretensão minha imaginar que eu pudesse criar algo tão bem feito quanto o trabalho de Okada, mas a ideia era justamente elevar o nível e chegar perto disso.
Daí, surgiu Primeiros Erros.
Uma saga em seis partes de oito páginas cada, contando a história de Vicente, um rapaz que volta à sua cidade natal, após uma tragédia ter acometido sua família. Pior, é a segunda tragédia – já que a primeira o fez ir embora.
Agora, com os anos fora de casa, longe da família, dos amigos, Vicente amadureceu e percebe que há algo a ser feito, pois a história de sua família se entrelaça com a história da cidade.
Bem, o tempo passou, vários desenhistas entraram e saíram da história. O Manicomics, infelizmente, chegou ao fim na edição #34.
Mas Primeiros Erros continua me atormentando.
Porque a trama só cresceu. Vicente ganhou sobrevida, subtrama, personagens coadjuvantes, e toda uma história amarrada por trás.
A ideia é que ela veja a luz o quanto antes, mas quem pode garantir qualquer coisa? Não, eu.
Um desenhista, que infelizmente, não mais tive contato e esqueci o nome – que falha tenebrosa a minha – desenhou as primeiras nove páginas. Mas, alegando falta de tempo, se desligou do projeto. Isso, em meados de 2005.
E também tivemos duas capas: uma, com Toni Francis [abaixo] e outra de Israel Gusmão [acima].
Ano que vem, uma década depois, quem sabe, Primeiros Erros não dê as caras?
Cruze os dedos, nunca se sabe.
[seguem, abaixo, as páginas + capa já feitas de Primeiros Erros]
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