A primeira temporada é fantástica!
Ray Donovan é um consertador; ele resolve os problemas das celebridades em Los Angeles, além de às vezes servir de escroque e manter a família unida e bem.
Ray e seus irmãos têm vários problemas – o pai é canalha, ex-assaltante de bancos, assassino, trapaceiro, mulherengo, ególatra e cínico; no passado, por causa de uma doença terminal da mãe e ausência do pai, os irmãos Donovan ficaram à mercê de padres pedófilos que abusaram dos meninos.
Mickey, magistralmente interpretado por um Jon Voight em estado de graça, decide matar o padre supostamente apontado como o abusador dos meninos Donovan e isso traz mais problemas para Ray, porque a igreja católica manda um investigador descobrir o que aconteceu ao padre “desaparecido”.
Ou seja, como se vivessem num redemoinho, tudo o que Mickey faz causa consequências aos irmãos Donovan e à família de Ray.
James Woods, como Sully, ex-comparsa e traído por Mickey, agora o mais procurado do FBI, vai a Los Angeles a pedido de Ray para matar o pai deste.
Uma pena que Woods fique em cena num período tão curto de tempo.
A segunda temporada, que parecia manter o ritmo nas alturas, perdeu fôlego quando uma repórter entra na trama, descobre muita coisa e está prestes a fazer a sua reportagem, que evidenciariam a todos os envolvidos nas falcatruas de todos eles. Afinal, Ray é um consertador, às vezes atua como escroque e pagou a alguém para matar o seu pai!
E mais: Ray se tornou um consertador das celebridades graças a Ezra Goodman, papel do grande Elliott Gould – que rouba a cena – que também estará enrolado caso a reportagem vá a público. Afinal, Ezra é um “homem de bem” e está construindo um hospital para a comunidade, onde deixará como legado o seu nome.
O destino da repórter é o ponto de ruptura entre Ray e Ezra isso deixa seqüelas.
O problema é que há conflitos em todos os lugares e a temporada avança de forma muito burocrática.
Assim, o criador da série, Ann Biderman, acaba se demitido e se mantendo apenas como consultor na justificativa de que os episódios estavam ficando muito caros.
A saída de Biderman causa um ponto de ruptura, o que faz a terceira temporada se afastar das duas anteriores.
A partir daí, tudo parece se afunilar em Ray.
E o charme vai se perdendo.
Ray Donovan foi cancelada ao final da sétima temporada e um filme foi anunciado para o início de 2022 para amarrar as pontas soltas e encerrar de vez a saga dos irmãos Donovan que fugiram da fria Boston para a ensolarada Califórnia em busca de uma vida melhor.
O filme também mostrará toda a “origem” de Ray e como ele criou essa animosidade pelo pai.
Há ainda um retorno de James Woods [!!!] como Sully.
É difícil saber quais informações ainda não foram mostradas, para a necessidade de um flashback – nós já entendemos tudo; talvez essas idas e vindas sejam apenas a necessidade de se contar uma história já contada. E isso é ruim.
Ray teve uma irmã, que acabou se suicidando, o que faz os irmãos Donovan se sentirem culpados.
Então, é uma história de tragédias que se amontoam mas não podem parar os Donovan.
De uma forma ou de outra.
Tomara que o longa que fechará toda essa trama tenha o charme inicial da série, pois a riqueza da produção exige isso.
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