Quarta-feira, 23 de julho de 2008. Lá estava eu prestes a embarcar numa seção de cinema para encarar BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS. Bom, falar do filme é o mesmo que falar das Olimpíadas, da barriga do Ronaldinho, enfim, virou carne de vaca. Todo mundo está careca de saber sobre o novo filme do Homem-Morcego, o último de Heath Ledger e blá, blá, blá. Mas, o filme é bom? Bem…
Cheguei ao cinema para pegar a seção das 16 horas, ideal para evitar os arruaceiros de plantão (aquelas pessoas que vão ao cinema só para não deixar os outros assistirem ao filme em paz), porque nesse horário, ou eles estão dormindo, ou trabalhando, talvez os dois; em última instância, nenhum e aí eu poderia estar em maus lençóis, já que eles poderiam estar ali no mesmo local que eu, tentando fazer a mesma coisa, no mesmo horário. A fila estava graaaande. Tinha muita gente – férias, e tudo o mais, isso leva muitas famílias para o Shopping e uma seção de cinema é sempre muito bom para amansar a criançada. Achei que era só para assistirem ao Batman. Estava grande mesmo aquela aglomeração de pessoas; tanto que pensei em ir pra casa. Realmente a hipótese me passou pela cabeça, o que me despertou a consciência da idade estar chegando. Antes, jamais pensaria em ir embora dali sem levar o meu pedaço prometido, no caso assistir ao filme. Porém, a simples idéia de ao menos uma vez desistir me fez ver que já não estou mais com a bola toda. Também não consigo me ver encarando uma fila quilométrica daquela para assistir a um filme do Batman, aos 40 anos. A simples idéia me faz sentir ridículo.
Enfim, resolvi continuar.
Preciso dizer que não gosto de Shoppings. Realmente não gosto! Acho que representa o que há de pior na raça humana: a hipocrisia. Passear num Shopping é ver um monte de gente estranha tentando aparentar algo que na realidade não é. Isso é triste. Mas também pode ser divertido, porque se vê muitas situações interessantes, com pessoas que mais parecem personagens saídos de Alice no País das Maravilhas.
Mas eu estava lá também e isso poderia ser um sinal de que também sou estranho. Realmente eu sou estranho, mas às vezes consigo me esquecer disso. Hoje não deu.
Então, após trinta minutos na fila, finalmente pude comprar minha entrada e garantir meu lugar na seção. O melhor: a sala estava tranquila, não havia sequer um pentelho por ali e pude ficar num ótimo lugar. A fila quilométrica, suponho que seja para assistir algum desenho da Disney ou então ao Viagem Ao Centro da Terra, sei lá, Julio Verne ainda desperta interesse nas pessoas.
Quanto ao filme, é bom? É… é muito bom, mas poderia ser melhor. Acho que assim como todos nós, o diretor Chistopher Nolan esperava demais do Coringa. Mas nós podemos fazer isso; ele não, já que é o diretor/co-roteirista do filme. Ele deveria ter se lembrado um pouco mais de quem é o dono do filme. Na minha opinião, Batman tornou-se novamente um coadjuvante de luxo para o vilão da vez brilhar. E brilhou muito mesmo. Impossível não pensar que se vivo, após esse filme, Heath Ledger conquistaria Hollywood. Mas, infelizmente, a morte nao deixou que isso acontecesse. De qualquer maneira, as cortinas se fecharam para ele, mas não apagaram seu brilho.
Até a próxima.
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