Tinha tudo para dar certo.
O retorno de 95% do elenco; o filme original é muito querido por público e crítica; uma fábula que ainda cabe em nossa realidade. Um astro talentoso e carismático, em busca de um sucesso que não vem desde—- muito tempo!
Um ex-astro como vilão e com tendências a roubar o filme para si.
Mas não deu.
Um Príncipe em Nova York 2 comete o erro de muitas continuações: tenta repetir a fórmula de sucesso do filme original, porém peca justamente pela falta de charme.
Vamos lá: 30 anos após sua ida à América para encontrar uma noiva, o príncipe Akeem de Zamunda está prestes a se tornar rei. E, atendendo a um pedido de seu pai, em seu leito de morte, terá que voltar aos EUA em busca de um suposto filho perdido.
Não precisamos dizer que a esposa de Akeem – aquela que ele conquistou quando se passou por um estudante de intercambio há trinta anos – não gostou de absolutamente nada na história: afinal de contas, eles têm três filhas; ele irá até os EUA buscar um filho bastardo e que será o herdeiro direto de Akeem, ignorando suas filhas – embora seja a lei de Zamunda, a primogênita do casal, Meeka, sonha em ser a rainha.
Além disso, há a ameaça do bélico, general Izzi, interpretado por ninguém menos que Wesley Snipes – que rouba 80% das cenas em que aparece: Izzi, inicialmente ofereceu um casamento entre seu filho e Meeka para manter uma aliança entre os dois reinos. Meeka se recusou. Então, com a suposta existência de um filho de Akeem, Izzi imagina um casamento entre este e sua filha, insistindo num reino compartilhado.
Uma partida rápida para a América; um encontro rápido com o filho; uma volta supersônica a Zamunda. Lavelle é o herdeiro e, portanto, o novo príncipe de Zamunda.
Entre todas as lambanças aprontadas na chegada, Lavelle aceita o casamento arranjado pelo general; afinal, quando põe os olhos na sensual Bopoto, seu cérebro para de funcionar.
Com o passar do tempo, porém, ele acaba manifestando interesse pela cabeleireira, Mirembe, e o casamento por conveniência começar a subir no telhado.
Além disso tudo, Akeem tem seus próprios problemas; afinal, ao aceitar o pedido de seu pai, ele ignora a esposa e filhas e, com isso, acaba por se tornar um alvo fácil de críticas.
E é aí que o filme vai se deteriorando: Um Príncipe em Nova York começa a seguir os passos de seu antecessor, inclusive mostrando partes do filme – algo desnecessário. Inclusive, decisões de personagens que se mostram idênticas as do original e, onde havia piada, agora é mais do mesmo.
E até mesmo a presença de Snipes que parecia a garantia de boas risadas como um general que adora uma arma, ao final torna-se uma piada sem graça.
E Eddie Murphy? Engraçado como Randy Jackson, e apenas isso. Como Akeem, perdeu todo o charme do personagem e lembra alguns personagens que Steven Seagal vêm interpretando: como está gordo demais, não aparece muito em cena, nem se move como antigamente. Definitivamente, Um Príncipe em Nova York 2 não amarra os cadarços de seu antecessor e também não recupera a carreira de ninguém.
Quem sabe agora não venha um 48 Horas parte 3?
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