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VAGNERVERSICES | O (QUASE) PROJETO AJURICABA

Foto do escritor: Vagner FranciscoVagner Francisco

Ajuricaba em visual idealizado por Israel Gusmão

Há mais de 1 década, meu velho amigo, Israel Gusmão me propôs de produzirmos uma HQ a respeito de Ajuricaba.

Você sabe de quem estou falando? Nããooo? Então, senta que lá vem história---

Considerado o Príncipe/Líder dos Manaós, tribo indígena no Amazonas, Ajuricaba também foi um valente guerreiro e liderou o seu povo contra o colonialismo português no Século 18.

o Ajuricaba real

Tendo o pai - um cacique - morto pelos portugueses, Ajuricaba lutou por toda a vida para: a) vingar o pai e b) impedir que outros indígenas se tornassem escravos.

Ele chegou ao ponto de firmar uma aliança com holandeses, no Suriname, para resistir a Portugal.

Inclusive, reza a lenda de que o Príncipe/Líder manaó passeava com seu barco com a bandeira da Holanda hasteada.

O nome manaó deu origem à cidade, capital do estado do Amazonas.

Israel veio até mim com a ideia de fazermos uma história sobre Ajuricaba; eu achei, na época, que criar uma biografia, simplesmente, não iria atrair o público necessário.

Por isso, bolei uma trama um pouco diferente, onde o moderno se encontra com a tradição - e, por vezes, se confrontam - para chegar à conclusão de que devemos respeitar o passado e aprendermos com ele, até para não cometermos os mesmos erros.

[se tivéssemos feito isso num passado recente, o Brasil não estaria na draga em que se encontra, não é verdade?]

De qualquer maneira, segue abaixo a minha proposta de enredo e me diga a sua opinião a respeito, nos comentários, tudo bem? PROJETO AJURICABA Cidade de Manaus. 2010. O povo manauara vive um paradoxo entre o passado e o futuro. Do passado, ideais esquecidos do povo que deu nome à cidade. Os manaós. O futuro, a industrialização, iniciada há décadas através da zona Franca [por exemplo]. Não há mais resquícios de culturas indígenas na cidade. Porém, quando a praça Dom Pedro 2 é totalmente destroçada de baixo pra cima[fora] e supostos zumbis manauaras invadem as ruas da capital amazonense em plena noite, muitos cidadãos correm em desespero. Por que ali? Por que naquele momento? E qual o motivo da fúria? Antigamente, naquele lugar havia um cemitério manaó. Como quem quisesse "apagar o passado, botando uma 'pedra' no assunto", construiram a praça por cima dele. E agora os manaós voltaram para se vingar. Seria isso mesmo? O chefe Atanóti, na verdade um ermitão que vive em meio à floresta amazônica, resolve convocar o neto, Ikanu, para ajudá-lo numa missão. Ele acredita que como antes, Ajuricaba é necessário para liderar seu povo, rumo à liberdade. E que, quando Ajuricaba se faz necessário... ele precisa estar à disposição. Atanóti acredita que Ikanu é o Ajuricaba do século 21 e fará o máximo possível para treiná-lo e doutriná-lo na cultura manaó. Problema número 1 - chefe Atanóti é visto como um velho beberrão e pirado, que vive de histórias do passado, principalmente quando encontra freiras e padres e lhes desrespeita. No centro de Manaus, ele é chamado de Beato Chochó. Problema número 2 - chefe Atanóti vive na floresta por não concordar com a "civilidade" que se abateu em seu povo, principalmente no sangue de seu sangue. Ou seja, o filho, Cifelí, que se casou com uma branca, tornou-se caixa num banco e ainda apoia o governo federal. Cifelí, para os brancos, é conhecido como Augusto. Atanóti e Augusto não se falam há 19 anos. Augusto abandonou totalmente as ideias manaós. Problema número 3 - se convencer Augusto de que seu filho é o novo Ajuricaba já seria difícil. Imagine convencer o próprio "novo Ajuricaba", que nunca ouviu falar no famoso líder dos Manaós, já que ele viveu como um branco e nas amarras da sociedade. Gilson, o pretenso Ajuricaba em questão, é um jovem de 20 anos, normal, como qualquer outro jovem, estudante de Engenharia, namorador, bonitão, cheio de amigos, com um carro bacana, e que só quer saber das coisas boas da vida. Atanóti sabe que é uma missão quase impossível. Mas seguirá firme em sua intenção de transformar o neto no Ajuricaba, que libertará Manaus dessa ambiguidade e também desvendará qual o mistério por trás desses manaós zumbis, que estão deixando Manaus em flagelo. Atanóti tem quase certeza de que o grande rival dos Manaós, o pajé renegado, Tostoraen, voltou para se vingar. Mas como acreditar num velho bêbado, quase gagá, de que alguém quer acabar com seu povo, feito que de seu povo mesmo, hoje, só existe ele?

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