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Foto do escritorVagner Francisco

WANDAVISION FAZ JUSTIÇA AO TRABALHO DE JOHN BYRNE


 Primeiramente, deixe-me te dizer que eu não estou assistindo a Wandavision, porém, sei que é a série mais vista no mundo e a cada sexta-feira – dia em que novos episódios chegam à plataforma do Mickey – a internet é inundada por novidades, revelações e teorias – ou tiorias, como diria o dr. Lair Ribeiro. 

Uma das novidades é o Visão branco; sim, uma versão branca do sintozoide, revivida pela E.S.P.A.D.A. Tal fato nos remete a Vingadores da Costa Oeste # 45, de 1989. 

A edição nos mostra pela primeira vez uma versão diferente de Visão – até então, ele tinha uma pele vermelha e uniforme verde-amarelo. 

A trama foi criada por John Byrne – ele queria fazer a própria história do Visão e isso inclusive foi uma de suas condições para assumir o título. 



Caso você não esteja ambientado[a] com os quadrinhos, houve um tempo em que os Vingadores se dividiram em duas equipes – se contarmos as não-oficiais, três. A equipe principal, cujas ações se fixam em Nova York e a segunda, fixada na Califórnia, a equipe da Costa Oeste. 

Como havia membros a dar com pau – todo e qualquer personagem Marvel já foi Vingador ao menos uma vez. Para você ter uma idéia, do Quarteto Fantástico, apenas Tocha Humana não atuou como Vingador. 

Dentro da trama, Visão, então líder dos Vingadores, deu aval a Gavião Arqueiro – que estava vivendo na Califórnia – para criar uma versão da equipe na Costa Oeste. Com isso, ele convocou Magnum – na época, atuava como ator também na região; Homem de Ferro; Tigresa; e a própria esposa, Harpia. Como você pode ver, apenas personagens de segundo escalão – Homem de Ferro, na época, cujo alter ego era James Rhodes, uma vez que Tony Stark andava cada vez mais embriagado. 

Durante quarenta edições, Vingadores da Costa Oeste nada mais foi do que uma versão de segunda linha da equipe. Nas mãos de Steve Englehart e Al Milgrom, eles enfrentaram Gravitron; uma equipe de super-herois do Novo México, os Rangers; se viu às voltas com viagens no tempo, Tigresa criando uma poligamia com outros membros da equipe e até mesmo a inclusão do Coisa no time. Cavaleiro da Lua também participou, mas a coisa é tão ruim que nem compensa entrar em detalhes. 

Então— John Byrne assumiu a equipe; ou melhor, ambas as equipes.



Porém, foi com o time Oeste que ele fez o melhor trabalho – e maior estrago.

Byrne mudou totalmente os rumos das vidas de Visão, Feiticeira Escarlate e Magnum! 

Sim, Magnum teve seus padrões mentais utilizados por Ultron para dar um aspecto humano a Visão. E Byrne utilizou esse detalhe com maestria; mais: ele deu tridimensionalidade a uma personagem importante, mas pouco explorada que é Wanda.

Ela literalmente surta! 

Há uma edição bem antiga em que Capitão América e Homem de Ferro brigam. E brigam mesmo, saem no soco. Feiticeira Escarlate consegue acalmar os ânimos, porém, dando uma alfinetada no Capitão. Ele sai de cena.

Na edição seguinte, cabe ao Fera, então vingador, ver como o bandeiroso está. E diz uma coisa muito interessante: “Você e Wanda são muito parecidos; levam tudo muito a sério.”

E era verdade! A diferença é que o Capitão tinha uma revista própria, onde poderia ser melhor desenvolvido; Wanda, não. Era aquilo e pronto! 

Então, quando a vemos surtar de uma maneira nunca vista, quando dá um belo “senta lá, Claudia” para a Vespa e a chama de “humanos insignificantes”, a coisa fica muito divertida. E piora! 



Porque, com a mudança do Visão, Magnum se recusa a ceder seus padrões mentais ao colega, o que a deixa ainda mais decepcionada. Pobre Magnum, que não sabe mais como agir. 

No meio disso tudo, você conspirações governamentais, a inclusão de Agente Americano como novo membro, sem a equipe sequer aceitar, Gavião Arqueiro, até então, líder dos Vingadores, deixando a equipe; e ninguém nem sente sua falta! E Mefisto, Mestre Pandemônio, Magneto e Immortus rodeando a equipe. 

A única coisa a lamentar é que John Byrne arquiteta muito bem seus planos, porém, não os finaliza, deixando Roy Thomas e Paul Ryan fazerem isso. Eles não são ruins, mas para chegarem perto de seu antecessor, falta muito. 

Muito provavelmente, essa foi a última grande contribuição do artista canadense para a Marvel. 

Ele fez alguns trabalhos na DC, um projeto autoral, chamado Next Men – que também é muito bom, pela Dark Horse e mais recentemente desenhou algumas hqs de Star Trek. 

Eu gostaria de vê-lo voltando às hqs, Marvel, ou DC, ou mesmo algo autoral; porém, com qualidade. Acredito que o próprio mercado precise disso. 

Wandavision está aí, bebendo de sua fonte, não me deixando mentir sozinho.

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