Talvez você não saiba, mas houve um tempo em que grandes filmes eram feitos na raça, sem muitos efeitos – até porque não havia suficiente para estripulias, como rejuvenescer digitalmente uma pessoa ou contracenar com uma vassoura de três metros de altura para inserir um Hulk digital depois.
Também havia uma questão enorme de orçamento, pois, um filme, após sair do cinema teria dois destinos: as vídeo locadoras e a TV.
Quando O Exterminador do Futuro 2 chegou aos cinemas, foi um revolução. Foram torrados 100 milhões de dólares, mas até hoje você percebe a qualidade da obra. E, 100 milhões, em 1991, era muito, muito dinheiro.
Para efeito de comparação, o orçamento dos dois Superman, de 1978 e 1980 fechou em 55 milhões. E os efeitos eram muito bons, sendo inclusive indicados ao Oscar.
Agora, e um filme torrar 200 milhões de dólares e você praticamente não ver o resultado na tela? E pior: estourar um orçamento que, a princípio, sequer chegaria perto disso.
Pior ainda: ser considerado o filme mais caro da história, mesmo tendo Titanic, que também estourou seu orçamento, na jogada?
Sim, Waterworld – O Segredo das Águas é esse filme.
Produzido em 1995, porém com uma gênese bem anterior, o enredo de Waterworld foi vendido como um Mad Max na água. A ideia de seu realizador era fazer um filme com custo em torno de cinco milhões. Ao final, bateu bem acima, 40 vezes mais caro.
E de quem foi a culpa? De todos, inclusive, o diretor, Kevin Reynolds, o astro, Kevin Costner, o estúdio e o clima.
Waterworld foi filmado no Havaí, local de muitos furacões. Com isso, as locações foram para o espaço diversas vezes.
O filme mostra um homem misterioso e solitário, que singra os mares em busca de sobrevivência. Quando adentra um atol, acaba arrumando confusão com os habitantes locais e, com isso, é roubado e preso. Com a ajuda de uma mulher e sua protegida, uma menina, cuja tatuagem nas costas, segundo as lendas, é um mapa para a terra-seca, ele consegue fugir do atol, mas promete ajudá-las a chegar a terra firme.
No entanto, mal sabem eles que uns bandidos conhecidos como Smokers também querem ir para lá e, para isso precisam da menina – ou apenas a tatuagem, se for o caso.
Embora tenha sido massacrado pela crítica, Waterworld é um filmaço e vale a pena ser visto; embora tenha ganho a pecha de filme mais caro da história – na época; hoje há outros – ele acabou se pagando, principalmente com a bilheteria ao redor do mundo. Além disso, Waterworld se tornou um brinquedo no parque da Universal em Orlando – e está lá até hoje.
Outros derivados foram uma minissérie em quadrinhos – cujo visual do protagonista nada tenha a ver com Kevin Costner pois ele não autorizou seu rosto na HQ – e um vídeo game.
Agora, mais de 25 anos depois, a Universal decidiu produzir uma seqüência para aquele mundo singular. E será no formato série e se passará vinte anos após os eventos do filme.
Muito provavelmente, esse revival aconteceu porque finalmente o Blu-ray do filme foi lançado – e vem com uma versão estendida, chamada Ulysses Cut.
Nessa versão, há mais detalhes a respeito daquele universo, uma maior profundidade e até mesmo o motivo da certeza de todos de que há terra-seca em algum lugar.
Aparentemente, as vendas desse Blu-ray têm sido muito boas.
É aguardar para ver.
P.S. caso você queira saber mais detalhes a respeito da produção de Waterworld e do Ulysses Cut, indico a matéria no blog Filmes para Doidos, do Felipe M. Guerra. Ele fez uma postagem especial comemorativa, de número 400; e quem ganhou fomos nós. Vale a pena!
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