Pois é, dez anos antes de X-Men, de Bryan Singer chegar aos cinemas, nós poderíamos ter visto uma aventura dos heróis mutantes, produzida por James Cameron, dirigida por Kathryn Bigelow – de Caçadores de Emoção – e escrita por Chris Claremont.
Sim, a pessoa que revolucionou o título X e transformou a franquia no que ela é hoje, escreveu um enredo para um filme e inclusive sugeriu nomes para o elenco.
Voltemos aos anos 80. Cameron ganhou fama com dois filmes distintos: O Exterminador do Futuro - cujo enredo é suspeitissimamente parecido com a saga mutante Dias de Um Futuro Esquecido – e O Segredo do Abismo, uma aventura no fundo do mar com alienígenas. Para as duas produções foram necessários muitos efeitos – tecnologia que ainda não tínhamos tão fácil à disposição, como é hoje. Apenas a produtora de George Lucas, Industrial Light & Magic é que dominava essa técnica. Então, Cameron tratou de ir à luta e criou sua própria divisão, a Lightstorm.
Desta feita, Cameron era a pessoa ideal para desenvolver um longa estrelado pelos X-Men. E se chamaria Wolverine and the X-Men.
O próprio Claremont contou essa história e como um pequeno detalhe fez as coisas darem errado.
Em 1989, o escritor escreveu um enredo para o filme e decidiu levá-lo à produtora de Cameron, a fim de convencê-lo a subir a bordo. Na época, o diretor era casado com a também diretora, Bigelow. No entanto, Claremont convidou Stan Lee – na época, presidente da Marvel – para acompanhá-lo.
Claremont explicou sobre a trama, centralizou as atenções em Wolverine e inclusive sugeriu Bob Hoskins para o papel. E Angela Bassett para encarnar Tempestade.
Cameron ficou bastante animado com a ideia, pois ele era fã de quadrinhos e percebia uma grande possibilidade ali.
Todavia, enquanto conversavam, Stan Lee decidiu mudar o rumo da conversa, mandando: “Eu soube que você gosta do Homem-Aranha”. E olhos de Cameron brilharam.
A partir daí, o aracnídeo tomou conta da conversa e mesmo Bigelow tentando resgatar os mutantes à trama, foi voto vencido.
Claremont simplesmente viu seu castelo de areia ir-se ruindo pouco a pouco até não sobrar mais nada.
É fato que o diretor acabou se envolvendo com um longa do Aranha, mas os direitos do personagem mudavam mais de mão do que álcool em gel em pandemia.
Já os direitos dos X-Men, na época, eram da Marvel. Estava fácil, Cameron.
E, enfim, tivemos que nos contentar com Bryan Singer mesmo.
Fonte: Collider, Wrap e Screenrant.
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