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VAGNERVERSICES | SUITS E OS SPIN-OFFS QUE PODERIAM RESSUSCITAR SÉRIES PASSADAS

Foto do escritor: Vagner FranciscoVagner Francisco

Mike Ross e Harvey Specter - no detalhe, o criador da série, Aaron Korsh

Aaron Korsh jamais imaginou que sua série, encerrada em 2019 no canal estadunidense USANetwork ressurgiria à toda carga esse ano na Netflix na terra do Tio Sam e estourasse em sucesso.

Até porquê ela havia estado em duas plataformas de streaming anteriormente: Peacock e Prime.


Isso prova a força e o tamanho da Netflix perante o mercado, já que o que mais se fala é: Suits ganhará um reboot, novas temporadas ou spin-offs?


Curiosamente, no Brasil, a série sempre esteve na Netflix, em suas oito temporadas - há uma nona que não faz parte exatamente do cânon da série e um spin-off, chamado Pearlson, estrelado por Jessica Pearlson, uma das donas do escritório onde Suits se passa.

Infelizmente, o spin-off ficou em apenas 1 temporada mesmo.


Todavia, diante da avalanche de perguntas e audiência da redescoberta de Suits perante o público - e o mais curioso ainda: tudo aconteceu por causa de um corte do primeiro episódio jogado pelo perfil de um fã, no Tik-tok. A cena mostra os protagonistas, Karvey Specter e Mike Ross se conhecendo. Foi o suficiente para um revival de Suits!


O The Hollywood Reporter decidiu, então, ir à luta e perguntar diretamente ao criador se a sua criação voltará em algum momento do futuro, além das origens da série e até mesmo como Suits surgiu:

durante a greve anterior dos roteiristas, por volta de 2007, o agente de Korsh o desafiou: "Você está sempre me contando essas histórias sobre Harvey, esse cara para quem você trabalhou em Wall Street. Por que você não escreve algo sobre isso?" o autor então justificou: "Eu era um escritor de comédia na época, e queria ser um escritor de comédia, então me sentei para escrever algo no tom de Entourage passada em Wall Street."


"O que surgiu quando terminei foi um show de uma hora. Eu não diria que foi um thriller, mas foi muito mais dramático, com essas reviravoltas na trama. E acabamos usando muito disso naquela primeira meia hora do piloto de Suits, embora Mike fosse um banqueiro de investimento, não um advogado – todos eles eram banqueiros naquele roteiro original."


"[...]sinto que nos beneficiamos muito da mudança [de Suits] de Wall Street para advogados, porque aumentou as apostas. Mike não estava apenas mentindo para seus empregadores, ele estava cometendo um crime, e a lei também nos deu oportunidades para todos os tipos de dilemas éticos."


O mais interessante dessa entrevista é que, Aaron Korsh criou Suits tendo Mike Ross como o grande protagonista; no entanto, quando assistimos à série percebemos que esse papel pertence a Harvey Specter.


De qualquer maneira, segundo o próprio autor, num passado recente houveram possibilidades de vermos spin-offs de Suits. E aquele ao qual mais perto chegou foi um prequel, centrado no pai de Rachel Zane, Robert - que, inclusive se torna sócio do escritório de Harvey na reta final da série.

"Agora, eu sei que mencionei a ideia da prequel do [Robert] Zane [interpretado por Wendell Pierce], eu faria isso na hora! Estava muito animado com isso."


Entretanto, o tempo passou e Korsh já não pensa mais em Suits tanto assim, inclusive quando os fãs lhe perguntam o que Harvey e Mike devem estar fazendo em Seatle no momento, ele responde com um sincero "eu não sei".


Mas isso não significa que não poderia pensar a respeito, certo? E, já que Mike Ross é o grande protagonista de Suits, por quê não poderíamos inverter os papeis e termos um Harvey mais mentor enquanto Mike toma conta do show? Seria um ponto de vista diferente.

Afinal de contas, da metade da série para a frente, há uma mudança de certa forma abrupta com a forma que Mike Ross se enxerga. Porquê se, no inicio, tudo não passasse de uma grande brincadeira, uma forma de entretenimento, enquanto ele tentava conquistar Rachel; depois ele abraçou o direito como se tivesse nascido para aquilo e, algo perto de um Matthew Murdock surgiu daí.


Já Harvey, não; sempre foi ambicioso e sabia aonde queria chegar.


Porém, mais velho, casado com Donna e, possivelmente com vários filhos, Harvey poderia sossegar um pouco, enquanto um recém-divorciado [sim, porque o personagem era casado com Rachel Zane, interpretada pela duquesa, Meghan Markle] Mike Ross precisa vencer seus casos para pagar pensões e sobreviver nas ruas de uma Seatle embebida ainda no grunge.


Ross & Specter seria um belo nome para uma sequência. Que tal?


Gabriel Match está parado desde 2019 mesmo.


Aproveitando o ensejo, outras possibilidades de spin-offs surgiram no decorrer da história para dar continuidade às tramas de séries originais:

Chuck Lorre e Charlie Sheen

The Harpers

Quando Two and a Half-men chegou à sua reta final, os fãs esperaram pelo retorno de Charlie Sheen - que havia "saído" [entenda como quiser] da sitcom ao final da oitava temporada. O próprio Sheen havia dado uma entrevista dizendo que poderia participar do ato final, pois os fãs mereciam.

Bem, Sheen e o criador da série, Chuck Lorre, haviam brigado publicamente e as coisas não foram bem para ninguém - inclusive para quem apreciava o seriado.

"Havia 55 maneiras diferentes de lidar com essa situação, e escolhi o número 56" disse Sheen em seu momento já de, digamos, arrefecimento pós-demissão.


Realmente Sheen foi convidado a participar do episódio final, totalmente centrado em seu personagem, Charlie Harper. Chuck Lorre tinha em mente Charlie chegar e tocar a campainha de sua ex-casa. Então, ele se viraria para a câmera e falaria várias coisas sobre os perigos dos abusos com as drogas e após isso, um piano cairia em sua cabeça. Sheen não gostou e sugeriu que ele tocasse, de fato, a campainha, a porta seria aberta por seu irmão na série, Alan; então eles dariam um abraço fraterno e poderiam seguir para um spin-off chamado The Harpers.

Lorre não gostou.

Então, um dublê de corpo faz as vezes de Charlie, de costas, toca a campainha, o piano cai e vida que segue.


Sinceramente, a ideia de The Harpers poderia ter acontecido até mesmo antes da continuidade de Two and a Half-Men. Quando o personagem Charlie Harper decide ir para a França, com Rose, ao final antecipado da oitava temporada, talvez The Harpers poderia ser a grande sequência da série.

Mudaríamos a ambientação da casa de praia, em Malibu, para a de Evelin Harper, a mãe de Alan e Charlie. Desesmpregada, já que Charlie não estava mais ali, Berta poderia seguir Alan. E The Harpers - no caso, Alan, sua mãe Evelin, e seu filho Jake - poderia seguir em frente com novas histórias e esquecer o passado, ao contrário do que foi feito nas quatro temporadas seguintes, com muitos episódios sem graça alguma e tramas requentadas à exaustão.


Agora, surge a notícia de um reencontro entre Sheen e Lorre na sitcom, How to Be a Bookie. Aguardemos!


à esquerda, Todd Lasance, como o Cesar em pessoa

Caesar

Spartacus, a série, fez muito sucesso pelo canal Starz. E, embora tenha enfrentado diversos obstáculos e uma grande tragédia, que foi a morte de sua estrela, Andy Whitfield, mesmo assim o sucesso foi absoluto!


Considero Spartacus a série que conseguiu rivalizar com Games of Thrones naquele momento de estreia.


Entretanto, os produtores/criadores Robert Tapert e Steven DeKnight sabiam que a história do ex-escravo trácio, que vingou a morte da esposa e deflagrou a maior rebelião contra Roma estava chegando ao fim.


Assim, havia a possibilidade de um spin-off, centrado justamente num dos que caçavam Spartacus: Julio Cesar, aquele ao qual se tornaria Imperador anos depois.


Na última temporada de Spartacus, Roma está quebrada e precisa de ajuda - e dinheiro - para segurar a ofensiva escrava; e, desesperada, faz uma proposta a Marcus Crassus: "segure Spartacus e seus escravos e torne-se grande em nosso panteão." Crassus considera a proposta baixa demais e faz uma contraproposta: matar Spartacus e subir ao trono.

Roma balança com a cabeça de uma forma que parece ser em concordância.

Então, Crassus manda chamar Julio Cesar, um militar maluco, mas leal, para auxiliá-lo na missão. E Cesar o faz muito bem, quando se infiltra no exército de Spartacus, se passando por ex-escravo.


Ao final da saga, os escravos, ou morrem, ou são crucificados, e Marcus Crassus perde até mesmo a autoria do enfrentamento a Spartacus, uma vez que outro postulante ao trono de Roma aparece por lá: Pompeu.


A ideia de Tapert e DeKnight seria mostrar então os primeiros anos de Julio Cesar no trono de Roma.

No entanto, isso ficou apenas no campo das ideias e, mesmo com Spartacus tendo uma audiência de mais de seis milhões de espectadores, um spin-off não saiu dali. Até porquê, DeKnight acabou assumindo o posto de showrunner da série do Demolidor da Netflix logo depois.


Teria sido uma série interessante.

Hood

Já falei aqui sobre Banshee, uma série do Cinemax pré-streaming, que durou 4 temporadas e trouxe Antony Starr ao mundo do entretenimento e o pavimentou para estrelar The Boys. Em Banshee, Starr é Lucas Hood - ou melhor, se passa por ele - um Xerife de uma cidadezinha chamada Banshee. Hood vai até à cidade para reencontrar o amor de sua vida, Anastacia, filha do mafioso, Rabbit. Conhecida agora como Carrie, Anastacia está casada e quer distância de Hood.

Além dela, há também o hacker Job, que auxilia Hood em suas armações.

A cidade guarda muitos mistérios, como Proctor, pretenso dono de tudo e sua luta contra os indígenas pelo controle da cidade.

Tudo isso, leva Hood a se envolver em crimes, perseguições, trapaças e até mesmo o FBI dá as caras.


"Realmente, o núcleo emocional da história é Lucas Hood; lidando com a consequência de tudo o que ele fez por três temporadas, e parecia que a única maneira de realmente perceber essas apostas emocionais era deixar que esta fosse a última temporada, porque cada vez que decidimos que não era [nós] tínhamos que artificialmente dar a ele uma virada de emoções e dar-lhe uma nova maneira de seguir em frente. Eu estava apenas começando a me preocupar que a qualidade do show iria sofrer." disse o criador de Banshee, Jonathan Trooper, ao final da série.


No entanto, acredito que Banshee tenha deixado passar muitas e boas oportunidades dentro da série, uma vez que, embora tudo gire ao redor de Lucas Hood, ele não era o único protagonista; tanto Carrie/Anastacia, quanto Proctor, Job e até mesmo Brock, que sonhava em ser o Xerife e consegue isso na quarta temporada, têm um certo protagonismo nas tramas. Ou deveriam ter. Banshee poderia ir se abrindo cada vez mais, com tramas se ampliando, adicionando novos personagens e consequências.


E muitas perguntas sobre Hood acabaram ficando sem resposta: por exemplo, quem ele era antes de ter conhecido Anastacia e ter se unido a Rabbit? Como conheceu Job? Como se deu a ascenção de Rabbit? Quem era o personagem interpretado por David Harbour, que ajuda aquele que se tornaria Lucas Hood?


Enfim, com o sucesso de The Boys, onde ele se tornou a figura central da série, como o Homelander; e um suposto convite para interpretar o vilão no vindouro Blade, Antony Starr não voltaria para um spin-off de Banshee; seria voltar para trás. Mas que Hood seria um petardo, com certeza seria!

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